A esperança para combater de vez a COVID-19 é, agora, maior do que nunca, com o anúncio da vacina desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech, que regista uma eficácia acima dos 90%.

Contudo, impõe-se um grande desafio: a logística por detrás da distribuição e do armazenamento da tão esperada vacina contra o coronavírus.

Sabe-se que, segundo o Diário de Notícias, à União Europeia, apenas chegarão vacinas que estão a desenvolver processos de autorização com a Agência Europeia do Medicamento (EMA), pelo que se excluem as que estão a ser desenvolvidas pela Rússia e pela China, uma vez que não seguem o processo de autorização da EMA.

Luís Graça, Líder do Laboratório de Imunologia Celular do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, afirma que “depois de ser aprovada pela Agência do Medicamento Europeia, o processo de entrada da vacina no mercado será rápido, poderá levar alguns dias ou um mês, até porque ao contrário de outras, esta vacina já está a ser produzida”.

A União Europeia não está apenas a negociar a aquisição de vacinas com a Pfizer, mas também com outros potenciais fornecedores de vacinas. Esta semana, voltou a reforçar aos Estados-membros para prepararem a logística, que não será uma tarefa fácil no que diz respeito à distribuição e ao armazenamento, uma vez que as vacinas precisam de estar conservadas a uma temperatura de 70 graus negativos.

Em Portugal, a Direcção-Geral de Saúde (DGS) assegura que, no que à logística diz respeito, “tudo está a ser feito para garantir a correcta e atempada distribuição das vacinas. Estamos a considerar também as questões da rede de frio. E todos os locais estão a ser considerados para a vacinação. À semelhança do que já se faz com a vacina contra a gripe, foi contemplada no plano de Outono-Inverno a possibilidade de serem utilizadas outras estruturas que podem ser seleccionadas para o efeito”.

Perante estes desafios, Ana Paula Martins, Bastonária dos Farmacêuticos, afirma que já não é cedo para se começar a tratar de toda a logística. É preciso definir em primeiro lugar os grupos que serão vacinados primeiro e quais os pontos definidos para se administrar a vacina.

A Bastonária argumenta ainda um aspecto que considera “absolutamente determinante e que tem a ver com a logística, porque já se sabe que estas vacinas têm necessidade de uma temperatura de 70 graus negativos, o que implica uma rede de frio completamente diferente, não só para o seu transporte como para o seu armazenamento. Por isso, caso as farmácias venham a entrar neste esforço temos de nos começar a preparar com antecedência”.

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