O segundo dia da SCM Conference 2025 demonstrou como a tecnologia é incontornável na supply chain, com exposição de casos práticos. Várias empresas trouxeram a palco casos replicáveis em diferentes ambientes, de modo a darem a conhecer possíveis soluções para problemas comuns dos profissionais na plateia.
Um dos casos práticos foi uma migração de uma operação de telecomunicações para a solução Wareflex. Nuno Pinheiro, diretor de Logística da Netceed, e João Marçal, Executive Manager da F5IT, apresentaram o caso prático, e o desafio que a Netceed tinha inicialmente. Os maiores movimentos do cliente eram de armazém, com inbound e outbound, e também tinham necessidades de localização e de picking.
Para uma implementação de uma solução deste nível, os responsáveis destacaram a importância de haver um grande envolvimento de ambas as equipas, para conseguirem responder com maior facilidade a todas as dificuldades encontradas, e como as pessoas, processos e tecnologia são os alicerces de um projeto WMS bem-sucedido.
A robotização também teve direito a palco. Luís Freitas, Business Consultant da Zetes, explica que os custos cada vez maiores de mão de obra e a dificuldade de a encontrar aumentaram a procura e a necessidade de robotização. Com a evolução da tecnologia, vieram colmatar esta necessidade de pessoas, através da colaboração entre Homem e máquina.
Ainda assim, defende que continuam a acreditar e a necessitar das pessoas, sendo elas que irão apoiar o trabalho dos robôs, mas tendo agora novas funções. Luís Freitas apresentou assim diferentes AGV e AMR, as diferenças entre os autómatos, a tecnologia robotize e as suas aplicações.
Ainda na área da automação, Fábio Santos, National Business Development Manager da Modula, apresentou as soluções da empresa, entre as quais a nova solução Flexibox para picking intensivo, bem como dois casos práticos.
No caso da Grohe, marca líder em soluções para casas-de-banho e cozinhas, conseguiram responder às necessidades da empresa aumentando a sua capacidade in house de caixas através das suas soluções, maior velocidade de acesso ao material armazenado e conciliar uma grande área de armazenamento numa área muito menor, com menos necessidades de pessoas e de equipamentos adicionais.
No caso da Alvet, distribuidora de produtos zoo-sanitários, apresentaram uma solução que lhes permitiu aproveitar o espaço vertical, mantendo a capacidade máxima de pedidos verificada anteriormente e reduzindo significativamente os tempos de preparação de pedidos.
Vítor Alves, Sales Manager Portugal da Körber Supply Chain, trouxe também dois casos de estudo de implementações das soluções da empresa.
Em Espanha, a Ahorramas apresentou o desafio de responder à crescente procura por produtos congelados, otimizando as suas operações logísticas e melhorando as condições de trabalho dos seus operários. Foi implementado um projeto chave na mão, que incluiu equipamento automático, estante interior de nave e o WMS K.Motion LeanWCS, bem como um sistema de transporte e um sistema de armazenamento automatizado. Como resultado, aumentaram a capacidade de armazenamento da empresa, aumentaram a rapidez da gestão dos produtos congelados, reduziram o impacto ambiental e os custos operacionais e ainda implementaram uma automação eficiente em condições extremas.
Num caso nacional, na Vieira Araújo, em Santa Maria da Feira, a Körber teve o desafio de melhorar a eficiência operacional, aumentar a capacidade de armazenamento e a flexibilidade, assegurar uma integração fluida com as áreas de produção e expedição e otimizar a velocidade e precisão no processamento de encomendas. Através de outro projeto chave na mão, com equipamento automático, estante interior de nave, sistemas de extinção de incêndios, o mesmo WMS, sistema de transporte e também um sistema de armazenamento automatizado, a Vieira Araújo conseguiu verificar um aumento da eficiência e capacidade de processamento, uma integração bem-sucedida, capacidade de armazenamento maximizada, operações fiáveis e flexíveis, maior sustentabilidade e redução de custos.
Por fim, Marco Salort, Digital Commercial Lead da CHEP, evidenciou como a digitalização tem contribuído para uma maior eficiência na gestão das paletes, com ganhos também a nível da sustentabilidade.
Com a empresa a possuir no seu portefólio clientes nos vários pontos da cadeia de abastecimento, o profissional deu a conhecer um caso concreto envolvendo a Wholemart, bem como dois exemplos nacionais. Uma dessas experiências envolve a Auchan, que enfrentava perdas significativas em vasilhame e elevados custos com o extravio de paletes. As soluções da CHEP resultaram numa redução dessas vulnerabilidades.
O outro caso abrangeu a Planície Verde, que lidava com a dificuldade em controlar a temperatura dos seus produtos no circuito até ao ponto de venda, com consequentes prejuízos ao nível da qualidade e da frescura, bem como da experiência do cliente. Com o sistema da CHEP é agora possível saber a localização das paletes, se foram acondicionadas a tempo e horas, e se houve, ou não, alguma paragem no circuito. O resultado é maior qualidade, maior frescura e maior rapidez.