Este ano, 25% das empresas portuguesas sofreram incumprimentos significativos, representando um agravamento de dois pontos percentuais face aos níveis de impacto alcançados em 2024. Esta é uma das conclusões do estudo Gestão do Risco de Crédito em Portugal, promovido pela Crédito y Caución e Iberinform, no qual participaram gestores de cerca de 300 empresas de todas as dimensões e setores.

O estudo revela ainda que 74% das empresas detetaram algum tipo de deterioração nos níveis de solvência ou liquidez dos seus clientes, e que 18% revelou uma mudança no perfil dos clientes incumpridores devido à inflação e exportações.

Uma das novidades do ano é que a perturbação provocada pelo aumento dos preços é moderada. A inflação é apontada como um fator desestabilizador do comportamento de pagamento e solvência dos clientes por 37% das empresas, uma percentagem elevada mas mais baixa em comparação com o ano passado. O impacto dos custos financeiros também diminuiu, bem como os custos de energia.

Registou-se ainda uma fraca evolução na procura, apontada como um fator disruptivo nos pagamentos aos clientes por 24% das empresas. Os inquiridos destacaram também alguns fatores relevantes, como as tensões geopolíticas (22%), problemas na cadeia de abastecimento (16%) e incerteza tarifária (12%).

A maioria das empresas espera fechar o ano com crescimentos, tanto no volume de negócios (57%), como no lucro (56%). Além disso, 61% das empresas portuguesas esperam que os negócios continuem a recuperar, em comparação com 8% que estimam que o próximo ano se gere menos receitas.