O novo estudo da Michael Page antecipa um 2026 desafiante para o setor logístico: escassez de talento, salários até 110 mil euros e forte aposta em digitalização e sustentabilidade.

O mais recente estudo da Michael Page revela que o setor logístico continuará a enfrentar um mercado de trabalho altamente competitivo em 2026, marcado pela falta de talento especializado, pela aceleração tecnológica e pela integração da sustentabilidade nas cadeias de abastecimento. Funções de gestão intermédia e direção estratégica serão as mais procuradas, com remunerações que podem atingir os 110 mil euros anuais.

A Michael Page, empresa de recrutamento líder no mercado português, acaba de divulgar o seu estudo anual sobre as principais tendências do mercado de trabalho para 2026, com especial foco nos quadros médios e superiores. Num cenário global de incerteza geopolítica, volatilidade económica e transformação tecnológica acelerada, o relatório confirma que a procura por talento qualificado continua a superar largamente a oferta, sobretudo em setores estratégicos como Logística e Supply Chain.

De acordo com Álvaro Fernández, diretor-geral da Michael Page, “num contexto laboral marcado pela instabilidade a vários níveis, os profissionais assumem um papel cada vez mais ativo na definição do seu percurso, valorizando não apenas o salário, mas também a flexibilidade, as oportunidades de desenvolvimento e o propósito das funções que desempenham”. Do lado das empresas, a atração e retenção de talento são hoje desafios centrais, exigindo políticas de gestão de pessoas mais transparentes e inovadoras.

O estudo aponta três eixos de transformação para 2026: evolução regulatória e maior transparência salarial; digitalização e utilização estratégica de dados e gestão de talento em contextos globais e colaborativos.

Pressão crescente no setor logístico

O relatório confirma que o setor Logistics & Supply Chain continuará entre os mais dinâmicos e exigentes. A procura por profissionais mantém-se elevada em Retalho, FMCG, Indústria e Saúde, impulsionada pela digitalização, pela sustentabilidade e pela necessidade de maior resiliência nas cadeias de abastecimento.

Entre os perfis mais procurados destacam-se: Responsável de Logística e Armazém; Responsável de Supply Chain; Comprador Sénior e, em cargos de topo, Diretor de Logística, Diretor de Supply Chain, Diretor de Operações e Diretor de Compras, todos com um papel cada vez mais estratégico na transformação digital e na sustentabilidade das organizações.

O salário continua a ser o fator principal para 29% dos profissionais na hora de escolher um novo desafio. A progressão baseada no desempenho é uma tendência em crescimento. Segundo o estudo, um Supply Chain Analyst pode auferir até 28 mil euros anuais, um Diretor de Compras (Procurement Director) pode alcançar os 110 mil euros e um Diretor de Logística pode atingir 80 mil euros.

As empresas mais competitivas são as que oferecem propostas de valor diferenciadoras, combinando cultura organizacional sólida, planos de progressão claros e benefícios como seguros de saúde, apoio psicológico, fundos de pensões, dias extra de férias e subsídios de bem-estar.

No equilíbrio entre tecnologia, sustentabilidade e pessoas, a Michael Page sublinha que a gestão de talento será determinante para reforçar a competitividade e a resiliência das empresas portuguesas em 2026.