O comércio online deverá registar um volume de negócios na ordem dos 4,2 biliões de euros em 2025, mas estima-se que os consumidores devolvam produtos no valor aproximado de 860 milhões de euros. A logística inversa surge assim como um dos principais desafios dos operadores, exigindo mais 20% de espaço logístico por comparação com o envio de produtos.

A análise é do mais recente relatório da Savills sobre logística inversa, com a consultora imobiliária a considerar que gerir as devoluções constitui um dos desafios mais onerosos que o e-commerce enfrenta. À medida que as vendas online aumentam, o mesmo acontece com as devoluções.

Em consequência, os retalhistas estão a focar-se mais na logística inversa, o que envolve as infraestruturas imobiliárias, isto é, garantir que têm espaço de armazenamento suficiente e onde é necessário. E isto porque gerir as devoluções requer mais 20% de espaço logístico.

De acordo com a Savills, em 2024, a taxa média de devoluções foi de 20,4%, registando-se flutuações sazonais: assim, aumentam imediatamente após os principais períodos de férias, podendo crescer 16,9% face ao habitual.

A consultora recorda que o e-commerce se caracteriza por longas cadeias de abastecimento e uma logística complexa, mas são os armazéns de proximidade que mais se ressentem da pressão dos elevados volumes de devoluções. O aumento na procura contribuiu para um acréscimo de 30% nas rendas, desde dezembro de 2020.

Além disso, colocam-se os custos relacionados com a mão de obra, devido à necessidade de ter profissionais alocados a tarefas como a verificação e separação dos bens devolvidos, bem como ao seu encaminhamento.

Em resposta, os operadores logísticos estão a acelerar os investimentos em automação e em tecnologias assentes na Inteligência Artificial, com a robótica a ser usada, por exemplo, na identificação de peças de vestuário com defeito, e a modelos de IA a serem aplicados na previsão das quantidades e dos prazos das devoluções.

 

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