A GS1 Portugal apresentou recentemente a 1.ª edição do estudo Tracking Hortofrutícolas que analisou as categorias de frutas e legumes frescos em Portugal, e que determinou a importância do grau de frescura dos produtos e os consequentes desafios na cadeia de abastecimento, a exigência dos consumidores e a relevância da sustentabilidade neste setor.

Uma das conclusões apresentadas pelo estudo é que o “cumprimento da vida útil/grau de frescura dos produtos” é a questão mais importante para os retalhistas quando avaliam o nível de serviço logístico. Contudo, obteve a avaliação média mais baixa o que, segundo Artur Andrade, diretor de Community Engagement da GS1 Portugal, “indica que ainda existe espaço para melhoria”.

Por sua vez, a “garantia da rastreabilidade e a transparência desde a origem”, ainda no âmbito do serviço logístico, foi considerada a segunda questão mais importante e obteve a avaliação média mais alta. Artur Andrade refere que este “é um tema crucial para o setor dos hortofrutícolas, não só pelo seu impacto direto na segurança alimentar, mas também pela crescente exigência dos consumidores em saber de forma clara e fiável a proveniência dos produtos que consomem”.

Ao analisar a avaliação média, a “qualidade e confiança dos produtos vendidos” foi a questão que obteve a avaliação mais alta, sendo essa uma evidência que “os fornecedores têm um bom desempenho”, de acordo com Artur Andrade.

As exigências do consumidor, os desafios da cadeia de abastecimento e a sustentabilidade foram as macrotendências identificadas no estudo. Os participantes consideraram relevante as preferências de compra e a procura por inovação, com foco em produtos diferenciadores e alinhados com os novos hábitos de consumo. E a capacidade de resposta às exigências do consumidor é vista como um fator crítico para o sucesso no setor do retalho hortofrutícola.

Um dos maiores desafios está relacionado com as dificuldades associadas à logística e à previsibilidade da procura, pelo que, estratégias como parcerias com produtores locais, uso de tecnologias de previsão e reforço na rastreabilidade, foram consideradas como fundamentais para assegurar a frescura e qualidade esperadas pelos consumidores.

A sustentabilidade é um tema crucial, e destacaram-se as necessidades de adaptação às alterações climáticas e o combate ao desperdício alimentar. A promoção de práticas mais sustentáveis e resilientes demonstrou-se evidente, tanto ao nível da produção como da distribuição.

Nuno Passadinhas, diretor de Produtos Frescos da Auchan Retail, esteve presente na apresentação do estudo e evidenciou como mais-valia o facto de conseguir, através dos resultados, comparar a perceção que tem dos seus fornecedores com a dos restantes retalhistas, permitindo posicionar e ajustar as relações com os parceiros de forma mais informadas. Por sua vez, Alexandre Almeida Garrett, head os Supply Chain da MC Sonae, considera essencial entender como são percecionados para identificar pontos críticos e reforçar a melhoria contínua nas práticas logísticas e comerciais.

O estudo contou com a participação de quatro retalhistas e 18 fornecedores.