A “Intermodalidade e a interligação de serviços” serviram como mote para a 2.ª edição das Jornadas Ibéricas pela Ferrovia, que reuniu algumas dezenas de especialistas, onde foram discutidos desde as plataformas rodo ferroviárias para mercadorias, o plano de serviço ibérico para passageiros e ainda as infraestruturas necessárias para conectar as cidades ibéricas.

“A ferrovia deve estruturar o transporte ibérico de mercadorias que representa cerca de 40% das emissões de dióxido de carbono da mobilidade terrestre e do consumo de combustíveis rodoviários. A eletrificação da logística tem um papel muito significativo na descida rápida do impacto climático do setor dos transportes nos dois países, e a rápida infraestruturação ferroviária dos portos, bem como a constituição de plataformas rodo ferroviárias junto dos grandes centros geradores de carga são absolutamente decisivas”, foi defendido.

Para os participantes deste evento, o desenvolvimento das infraestruturas em falta deve ser acelerado: “Portugal não deve repetir os erros de Espanha, desenvolvendo a rede transeuropeia principal que liga portos, aeroportos e grandes centros urbanos, sem ter em conta a sua conexão com a rede convencional, que deve continuar a sofrer melhorias nas suas diferentes dimensões.

Das jornadas saiu também o apelo para que a criação de serviços, que pode ser operacionalizada desde já, não espere pela plena concretização dos grandes investimentos que, sendo inadiáveis e urgentes, demorarão algum tempo a concretizar-se, como a nova travessia ferroviária do Tejo que não ficará pronta antes de 2030.

Especificamente, concluiu-se que a ferrovia deve estruturar o transporte ibérico de mercadorias que representa cerca de 40% das emissões de dióxido de carbono da mobilidade terrestre e do consumo de combustíveis rodoviários.

Por fim, os direitos e condições laborais atrativos são decisivos para formar e o reter talento que é necessário para revolucionar a mobilidade ibérica.

“Como conclusão fundamental de mais uma edição de Jornadas Ibéricas pela Ferrovia, não podemos ter políticas de transporte “esquizofrénicas”, isto é, manter um discurso consensual sobre a importância da ferrovia para cumprir metas climáticas e, na prática, aprovar medidas favoráveis ao transporte rodoviário ineficiente dependente de combustíveis fósseis”.

A 2.ª edição das Jornadas Ibéricas pela Ferrovia foi promovida pela Aliança Ibérica pela Ferrovia, uma plataforma que junta 21 organizações sociais, sindicais, económicas e ambientais de Portugal e Espanha, com o objetivo de melhorar os serviços ferroviários em toda a Península Ibérica, e organizado pela Associação Zero.

Na edição impressa abordaremos em detalhe as ideias abordadas no painel “Rede ibérica de plataformas rodoferroviárias para mercadorias “, moderado por Acácio Pires, da ZERO e que contou com a participação de António Nabo Martins, da APAT; Carlos Vasconcelos, da APEF e Francisco Furtado da PLANAPP.