Os operadores ferroviários russos procuram novos mercados para compensar as sanções impostas pelo Ocidente após a invasão da Ucrânia. Nesse sentido, a RZD Logistics estabeleceu um novo serviço que irá conectar Moscovo, Índia e os Emirados Árabes Unidos através do Corredor Internacional de Transporte Norte-Sul (INSTC), que possui 7.200 km de extensão, partindo do terminal Agrohub em Moscovo e passando por Turquemenistão, Cazaquistão e Irão.

A construção de uma nova ponte ferroviária China-Rússia economizará até 2.000 km em algumas rotas, permitindo um aumento na capacidade de exportação de mercadorias até 10 milhões de toneladas por ano. A ponte, que liga Mohe, na China, à cidade de Dzhalinda, na República de Sakha, na fronteira nordeste da Rússia, através do rio Amur, “também aliviará as linhas ferroviárias na região e a eliminação da necessidade de transbordo terá um impacto positivo na ecologia”, refere Aysen Nikolayev, representante de Sakha.

Dmitriy Murev, CEO da RZD Logistics, afirmou que “estamos a cooperar com sucesso com este terminal [Agrohub] há vários anos. Mostrou-se uma plataforma confiável e eficaz para aumentar as exportações de Moscovo, e no sentido inverso. Não temos dúvidas quanto às perspetivas de uma nova rota via INSTC, devido ao papel crescente deste corredor”.

Já Georgiy Filimonov, vice-chefe do governo de Moscovo, observou que o terminal já contribuiu para um aumento nas exportações agrícolas russas para a China e outros países asiáticos, acrescentando que “este ano exportará mais de 200.000 toneladas de mercadorias, com uma maior variedade de países atendidos. A sua conveniência reduz o tempo de entrega dos produtos e permite que os produtores regionais apresentem os seus produtos em balcões estrangeiros”.

O novo serviço da RZD Logistics é o segundo desde a invasão da Ucrânia pela Rússia e segue um serviço entre Moscovo e Shandong. Com a queda de 15,8% nos volumes de contentores ferroviários da Rússia no ano passado, voltar-se para o leste parece ser a única opção para os operadores ferroviários russos. A Fesco observou uma queda de 12% nas importações para 2,1 milhões de TEUs, e as exportações caíram 25%, para 1,5 milhões de TEUs.