A Michael Page lançou o seu estudo anual sobre a evolução das principais tendências de recrutamento para o próximo ano para quadros executivos, em empresas de grande dimensão. No conjunto de setores é percetivel o aumento da digitalização dos negócios, a mobilidade, novos métodos de trabalho, novas funções e a corrida por talentos.

No setor da logística, observou-se um forte aumento na procura de profissionais de logística e supply chain, principalmente em setores industriais, retalho e construção, onde a procura destes profissionais é superior à oferta. Esta escassez de talentos traduziu-se num aumento de 5% e 8% dos salários em geral.

Os perfis mais procurados são essencialmente de middle management, onde se destacam as funções de Customer Service, Supervisor de Logística, Responsável de Operações ou Comprador Sénior. Também as posições de Top Management cresceram em procura, nomeadamente, Diretor de Operações, Diretor de Logística, Diretor de Supply Chain e Diretor de Compras.

À semelhança do que se verifica noutros setores funcionais, a atração do talento de logística e supply chain exige diferenciação por parte das empresas e aposta numa forte cultura empresarial que contemple um plano de progressão de carreira bem definido e um pacote de fringe benefits diversificado (ginásio, seguro de saúde, fundo de pensões, entre outros), além de considerar a saúde ou a flexibilidade.

Na área de supply chain, a função de Supply Chain Analyst pode auferir até 28 mil euros e um diretor de compras (Procurement Director) até 110 mil euros, enquanto na área de logística, o plafond de remuneração máximo de 90 mil euros cabe ao cargo de Diretor.

Já no que diz respeito ao setor do retalho, a retoma do setor em 2022 foi surpreendente, destacando-se a competitividade e as novas formas de trabalho, quer a nível de ferramentas digitais como de logística. Se no primeiro trimestre a procura por novos perfis foi mais focada na vertente digital, nos trimestres seguintes observou-se um aumento da procura por perfis de operação, ou seja, vendedores e gestores de loja.

Paralelamente, continuou a observar-se uma grande procura por perfis nas áreas tecnológicas, de marketing e logística, fruto do grande desenvolvimento das plataformas de e-commerce e da presença digital das marcas.

Relativamente à remuneração, e, observando-se um aumento salarial médio de 5% para funções qualificadas, nas funções de Direção, a posição de Diretor Geral pode auferir até 160 mil euros e de Diretor de Marketing até 130 mil euros. Nas funções de Compras, o Retail Manager pode ganhar entre 42 e 63 mil euros, enquanto que nas funções de operações no retalho alimentar e especializado de grande dimensão, a remuneração máxima de 80 mil euros cabe ao Diretor Comercial de Retalho.