O mercado global de bens de luxo, onde se inclui moda, joalharia e relógios, artigos de escrita e produtos de perfumaria e beleza atingiu 310 mil milhões de euros este ano e todos os sinais apontam para um maior crescimento, de acordo com a análise de mercado levada a cabo pela Roland Berger para a Arvato Supply Chain Solutions. Os desafios logísticos são alguns, mas podem transformar-se em oportunidades.

A crescente procura dos clientes e as incertezas globais fizeram da gestão da cadeia de abastecimento uma função central estratégica que coloca grandes desafios às marcas de luxo. Esta é uma das conclusões do estudo “Personal luxury: supply chain challenges & how to prepare for the future”, que a Arvato Supply Chain Solutions desenvolveu em cooperação com a consultora internacional de estratégia Roland Berger.

“O mercado de bens de luxo pessoal oferece oportunidades significativas de crescimento”, explica Julia Boers, Presidente de Produtos de Consumo da Arvato Supply Chain Solutions. “Encomendámos à Roland Berger um estudo para saber mais sobre os desenvolvimentos atuais e futuros e para obter informações detalhadas sobre o mercado em que já servimos os clientes”. Os peritos em consultoria estratégica analisaram intensivamente os mercados de luxo europeu e americano. “Além disso, foram entrevistados importantes peritos da indústria de diferentes áreas, que abordam individualmente os actuais desenvolvimentos do mercado e os seus efeitos na gestão da cadeia de fornecimento”, diz Richard Federowski, Partner Consumer Goods and Retail da Roland Berger. Foram identificadas quatro tendências-chave que terão um impacto maciço no mercado de bens de luxo pessoais até 2030. Uma delas é o aparecimento de uma população mais jovem de compradores que têm maiores expectativas em relação às marcas de luxo – não só esperam uma experiência única e consistente do cliente através de todos os pontos de contacto, como também são muito sensíveis às questões de sustentabilidade. Há também uma revelação de que já não é suficiente vender produtos padronizados em todo o mundo; são esperadas coleções de produtos locais. Isto conduzirá a uma maior complexidade do produto.

Para além do retalho estacionário, o comércio omnichannel – a combinação de canais online e offline – tornou-se um importante motor de crescimento para as marcas de luxo. Os compradores exigem interações perfeitas entre os canais e a capacidade de ligação direta com a marca online. Com a mudança para o aumento das vendas online, as expectativas de prazos de entrega curtos e opções de envio altamente flexíveis estão também a aumentar. O quarto fator emergente são as novas incertezas do mercado com as quais as marcas de luxo têm de lidar.

As crises geopolíticas e pandémicas já levaram a instabilidades no ambiente empresarial, que tiveram grande impacto nos processos de venda em várias regiões ou colocaram uma tensão nos processos logísticos existentes.

“Estes desenvolvimentos complexos e multifacetados representam grandes desafios para marcas e retalhistas de luxo”, explica Abbas Tolouee, que trabalhou no estudo como consultor sénior da Arvato Supply Chain Solutions. “Identificámos quatro pontos críticos que as empresas têm de transformar em fatores de sucesso a fim de se manterem competitivas a longo prazo”. Marcas e retalhistas de luxo são desafiados a oferecer uma experiência de luxo ao cliente que incorpora o ADN da marca através de um número crescente de canais de venda – desde o primeiro contacto com o cliente, desde a realização de uma encomenda, até ao serviço pós-venda. É necessário ter controlo sobre todos os pontos de contacto do cliente dentro da cadeia de abastecimento, o que só é possível se todos os sistemas informáticos e interfaces correspondentes forem integrados de ponta a ponta. Uma loja online, em particular, precisa de ter disponibilidade de produtos em tempo real, fornecer informações sobre o estado da encomenda e oferecer múltiplas opções de expedição.

Além disso, a rapidez e a pontualidade são essenciais para a entrega na última milha. O segundo desafio é a gestão do inventário em diferentes regiões e canais. Para o conseguir, as marcas e retalhistas de luxo precisam de sincronizar todos os dados em tempo real e investir em tecnologias inteligentes de otimização de inventário e ferramentas de previsão para antecipar a procura, planear a oferta e detetar fraudes.

Para lidar com o aumento dos custos operacionais, os fabricantes da indústria de luxo devem aumentar a sua eficiência operacional através da automatização e digitalização. As soluções de serviços de armazém devem incluir uma infraestrutura de TI baseada na nuvem com processos de supply chain totalmente integrados e automatizados, que assegurem eficiências operacionais. Isto também assegura que erros e perdas de produtos sejam minimizados e que o controlo de inventário seja otimizado. A transparência sobre a pegada de CO2 é também extremamente importante, especialmente para o grupo-alvo mais jovem. Conhecer a origem do produto e medir o seu impacto no ambiente não é suficiente. As empresas precisam de monitorizar a sustentabilidade ao longo da cadeia de abastecimento e definir uma estrutura a nível empresarial para satisfazer as expectativas dos seus clientes.

“É aqui que as parcerias com fornecedores de serviços logísticos experientes, como a Arvato Supply Chain Solutions, oferecem uma vantagem”, explica Abbas Tolouee. “Não só apoiamos os nossos clientes no desenvolvimento de conceitos holísticos de sustentabilidade para o transporte, embalagem e otimização do armazenamento, como também oferecemos uma gama de soluções práticas que já desenvolvemos para ajudar os nossos clientes a ultrapassar estes desafios”. Estas soluções também fazem parte do estudo, onde alguns exemplos são analisados mais em detalhe.