A multinacional Alstom instalou um novo Centro de Engenharia e Inovação em Portugal, desta vez no distrito do Porto, na Maia, dedicando-se à sinalética ferroviária com vista à exportação.

David Torres, diretor-geral da Alstom Portugal, em declarações à Lusa, referiu : “É um centro dedicado fundamentalmente à sinalização ferroviária, mas também vai dispor de armazém e logística para dar serviço aos projetos locais, e também vai ter um pequeno centro de reparações”. A oficina inaugurada na Maia tem como objeto “central e fundamental” a sinalização ferroviária, isto é, “todos os sistemas de “hardware” e “software” que controlam o movimento dos comboios”.

“Por exemplo, toda a rede do Metro do Porto, hoje em dia, é controlada por um sistema de sinalização Alstom. Tal como os 102 metros ligeiros que circulam pelas vias”. Assim, a empresa quer “desenvolver soluções de sinalização que vão servir não só para os metros, mas também para as linhas principais, que neste caso seriam as da IP [Infraestruturas de Portugal]”, ou seja, toda a rede ferroviária nacional.

Além disso, o responsável espanhol afirmou que a Alstom conta com três pilares estratégicos, dos quais “o compromisso com o desenvolvimento de tecnologia e indústria local, o desenvolvimento e expansão do ‘know how’, e a proximidade” no que diz respeito aos clientes e ‘stakeholders’, acrescentando que “estes pilares estratégicos procuram é estimular outra série de coisas, e sem dúvida alguma, primeiro de tudo, a exportação”, mencionando, nomeadamente, a exportação de conhecimento e a participação em projetos internacionais.

David Torres informou ainda, sem querer referir o valor do investimento realizado, que o centro maiato “arranca, de base, com 25 empregados, e a ambição da Alstom é, sem dúvida alguma, a de continuar a crescer nesta base de inovação e exportação”. Ademais, quando questionado sobre a possibilidade de participar no ‘cluster’ ferroviário nacional aludiu ao facto de que “abrir um centro de engenharia e inovação num país é uma decisão estratégica importante e, sem dúvida alguma, é uma demonstração de crescimento futuro”.

O diretor-geral da multinacional francesa desvendou que a empresa está a “atuar com diversas entidades locais”, como o Centro de Competências Ferroviário (CCF), instalado nas oficinas da CP – Comboios de Portugal em Guifões (Matosinhos).

É de referir que Alstom também está presente no panorama ferroviário nacional como desenvolvedora do sistema de controlo automático de velocidade CONVEL, vigente em Portugal, “em mais de 1.500 quilómetros da rede ferroviária portuguesa”. “Para o CONVEL, estamos a desenvolver soluções duais, que são capazes de gerir CONVEL e ERTMS”.

“Esta solução poderá permitir a interoperabilidade entre os países europeus, de maneira a facilitar a circulação de material de tração entre Portugal e Espanha”. Por fim, David Torres refere que a Alstom está a “dar assistência técnica para as entidades portuguesas, no que se refere ao CONVEL”, contando que “efetivamente é uma questão que há que resolver, com interface entre os dois sistemas, mas bom, há solução”.