A Infraestruturas de Portugal (IP) está à procura de “clientes âncora” para viabilizar o projeto de construção dos terminais de mercadorias numa ligação ferroviária entre Sines e Caia (Elvas), para que possam “robustecer a viabilidade económico-financeira” destas infraestruturas. As regiões propostas para as construções dos terminais são nas zonas do Alandroal, Évora e Vendas Novas.

Em termos de contexto, na sequência do projeto Ferrovia 2020, Programa de Investimentos na Expansão e Modernização da Rede Ferroviária Nacional, encontram-se em construção quatro troços que irão integrar o Corredor Internacional Sul, entre Sines e a fronteira de Caia, o qual pretende reduzir o tempo de trajeto e “aumentar a eficiência e atratividade” do transporte de mercadorias, permitindo ainda a circulação de comboios de maior dimensão (750 metros).

A informação foi avançada pela Lusa, e teve em conta as respostas dadas pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, a questões colocadas por um grupo parlamentar do PSD no final de julho passado, relativamente a se iria existir um terminal de mercadorias no distrito de Évora e se o governo podia garantir o cumprimento das medidas de minimização de impacte ambiental.

De acordo com o responsável, “estão a ser desenvolvidos contactos entre a IP, autarquias e clientes âncora”, para reforçar a viabilidade deste projeto, mas até agora nenhum dos três terminais analisados pelos estudos apresenta viabilidade financeira, e apenas um deles, o de Alandroal, tem viabilidade económica.

Para existir viabilidade de operações dos terminais de mercadorias, é necessário que um cliente âncora, ou agregador logístico, garanta que existe “escala, frequência e regularidade”, e ao nível do impacte ambiental, Pedro Nuno Santos nota que a IP se encontra “sujeita ao cumprimento integral da legislação da área do ambiente, onde se incluem todas as medidas inscritas na Declaração de Impacte Ambiental e na Decisão sobre a Conformidade Ambiental do Projeto de Execução” da nova ferrovia.

Nesse sentido, semestralmente, e durante a fase de construção, a IP apresentará um relatório de conformidade das medidas da Declaração de Impacte Ambiental/Decisão sobre a Conformidade Ambiental do Projeto de Execução junto da Agência Portuguesa do Ambiente.

“O acompanhamento ambiental na fase de obra é assegurado por equipas dedicadas que garantem que todas as medidas inscritas na Declaração de Impacte Ambiental são tidas em consideração nesta fase”, aponta ainda o ministro.