Tem-se sentido um constante aumento dos custos dos combustíveis, e esta semana não foi exceção: apesar da ligeira descida do preço da gasolina, o diesel voltou a subir. Os afetados não passam apenas pelos cidadãos portugueses, mas também pelas empresas, que nos últimos tempos sentiram um aumento de cerca de 500 euros no custo de cada depósito cheio – margem que ainda tende a aumentar.

As PME são ainda mais afetadas, pois não têm margens tão grandes e recorrem a carros constantemente em movimento, e a stocks de produtos cujos preços também se encontram a aumentar, em parte por causa dos aumentos dos custos logísticos.

Na semana passada, Pedro Polónio, presidente da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) admitiu que os transportadores estão “a preparar um protesto de proporções nunca antes vistas, de forma a combater os aumentos dos combustíveis”. Embora nunca tenha referido a palavra “greve”, apontou que irão dar voz à decisão dos mais de 2.000 associados do setor dos transportes, criticando que esta situação é insustentável.

O Governo já tinha prometido apoiar as empresas de transporte nos valores dos combustíveis, e irá pagar os incentivos acordados em março, o mais tardar até dia 24 de junho. Pedro Polónio revelou, no entanto, que as transportadoras “até hoje não receberam um cêntimo que seja”, e que mesmo esse apoio ainda “é claramente insuficiente para tudo o que as empresas estão a sofrer. Uma pressão enorme com o custo dos combustíveis, mas também a aquisição das viaturas, pneus…”.

O presidente da ANTRAM pede outro tipo de ajudas às empresas, sobretudo a retificação da questão relacionada com a redução do Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP), em que as empresas de transporte tinham um valor de gasóleo profissional que se perdeu com a redução do ISP. “E com o sentido de emergência de que é preciso a muito curto prazo [15 dias] termos uma solução que permita que os portugueses continuem a ser ajudados pelo Estado, sem provocar o efeito negativo que acabou por provocar aos transportadores”, comenta Pedro Polónio.

A associação nota o gasóleo profissional era incorporado na estrutura de custos das empresas, e pede que seja reposto até dia 1 de julho.