Com a guerra na Ucrânia, os importadores e armazenistas de cereais não registaram escassez mas, ainda assim, estão a procurar fornecedores em geografias alternativas, para contornar eventuais constrangimentos, avançou a ACICO à Lusa.

“A Ucrânia tem particular importância no abastecimento de Portugal em milho, cerca de 900.000 toneladas por ano (40% do consumo), e óleo e sementes de girassol, dos quais é um dos maiores produtores mundiais”, apontou, em resposta à Lusa, José Miguel Ascensão, secretário-geral da Associação Nacional de Armazenistas, Comerciantes e Importadores de Cereais e Oleaginosas (ACICO).

No entanto, até ao momento, “não há escassez”, uma vez que os fornecedores internacionais e os distribuidores nacionais estão a apostar em geografias alternativas para “ultrapassar as dificuldades e originar estas e outras matérias-primas noutros países e continentes”. Destacam-se, sobretudo, o Brasil, Argentina, Estados Unidos, Canadá e África do Sul.

Apesar de não se verificar uma escassez nestes produtos, alguns cereais importados por Portugal estão a ser diretamente afetados por este conflito, nomeadamente ao nível dos preços. “Os cereais diretamente afetados são, por ordem decrescente, o milho, a cevada e o trigo forrageiro. Indiretamente, o trigo panificável que Portugal importa, mas não tem origem na Ucrânia, nem tão pouco na Rússia, mas cuja procura fora da região do Mar Negro aumentou, o que se refletiu nos preços mundiais”, precisou José Miguel Ascensão.