A Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) não descarta a possibilidade de vir a aumentar a sua capacidade de armazenar gás, caso a área ocupada pela REN – Redes Energéticas Nacionais não seja suficiente, bem como de construir um terminal para receber mais navios. No entanto, também aponta que é necessário haver um reforço na rede de gasodutos existente entre Portugal, Espanha e França.

José Luís Cacho, presidente da APS, aponta em entrevista ao Jornal de Negócios que “há capacidade para construir um novo terminal de gás natural liquefeito (GNL) e de aumentar a capacidade de armazenamento”, podendo triplicar a capacidade de tanques de três para nove, com um investimento entre 150 e 200 milhões por tanque.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, também apontou, no contexto do seminário “América Latina e União Europeia: dois parceiros estratégicos na cena mundial”, que é essencial investir no Porto de Sines, e que é um projeto essencial para toda a Europa. Para além dos problemas de abastecimento de gás com a Rússia, que representava mais de 40% do consumo da UE, há ainda o corte de relações entre a Argélia e Marrocos, o que inviabilizou o fornecimento de gás através de Espanha.

De recordar que durante fevereiro o Terminal de Sines assegurou 100% do abastecimento de gás natural em Portugal, tendo ainda existido exportações equivalentes a 10% do consumo nacional, segundo apontou a REN. A mesma fonte também indicou que se deu um crescimento homólogo de 21% no mercado do gás natural, e que ao nível da importação registou-se “a percentagem mais elevada desde agosto de 1985”, ascendendo aos 33% durante o segundo mês do ano.