Com a entrada em vigor das novas medidas de acesso a locais públicos, a procura por testes de COVID-19, obrigatórios para a entrada em espaços comuns como lares, estabelecimentos de saúde, grandes eventos culturais ou desportivos e discotecas, disparou. Apesar de no dia 29 de Novembro a Associação Nacional de Farmácias (ANF) ter garantido a continuidade do serviço de testagem, ainda permanecem algumas dificuldades no acesso aos testes pelo país.

Face aos 30.147 testes de antigénio realizados no dia 26, logo no início de Dezembro este número disparou para 47.500, segundo dados avançados à Lusa.

Ainda de acordo com a fonte, a ANF diz estar a fazer “tudo o que é humanamente possível” para responder a esta procura, que está a ocorrer um pouco por todo o país, e a registar picos nas grandes metrópoles de Lisboa e Porto.

“Neste momento, em termos de auto-testes, têm sido distribuídos pelos fornecedores em quantidades controladas, o que significa que, muitas vezes, as farmácias não recebem a quantidade que tinham pedido”, avança a presidente da ANF à fonte, mas tanto os fornecedores como as farmácias já anunciaram que a partir da próxima semana já existirá uma maior capacidade de disponibilização de auto-testes.

A presidente da ANF apelou ainda à população para que nesta primeira fase “adquira apenas os testes verdadeiramente necessários para os próximos dias”, e desmistifica a ideia de que possa vir a haver uma ruptura de stock, “mas sim uma entrega controlada” a nível nacional.

“Esta nova portaria tem um aspecto muito diferente da primeira, que excluía da elegibilidade uma série de pessoas, como os vacinados e recuperados. Esta portaria, em teoria, abrange cerca de 10 milhões de portugueses e, como é óbvio, se todos os 10 milhões de portugueses pretenderem fazer um teste gratuito, não há essa capacidade e temos de ser perfeitamente esclarecedores em relação a essa matéria”, alertou a responsável da ANF.

Actualmente, 850 farmácias estão a fazer testes gratuitos à população, entre as quais 650 ao abrigo da comparticipação do Serviço Nacional de Saúde e cerca de 200 no âmbito de protocolos com os municípios. Ema Paulino comentou à Lusa que gostaria de “ver mais farmácias envolvidas” neste processo, mas compreende que as “mais pequenas, com menos recursos humanos, têm dificuldades em implementar o serviço pelo valor definido, que não permite investimentos adicionais em infra-estruturas e em pessoal”.

A presidente da associação também avançou que várias farmácias não estão a utilizar a plataforma de agendamento dos testes rápidos, e que é de adesão voluntária, podendo as marcações ser feitas nas próprias farmácias, enquanto outras estão a funcionar em regime de casa aberta, por ordem de chegada.

A presidente da ANF adiantou ainda à fonte que este é um processo “muito exigente”, com equipas sobrecarregadas, e que isso já está a levar diversos colaboradores das farmácias a desmarcarem férias.

Até dia 31 de Dezembro o Ministério da Saúde está novamente a comparticipar a realização de testes rápidos de antigénio com um valor máximo de 10 euros por cada teste, uma medida que pretende dar acesso a testes gratuitos a toda a população, e da qual poderão usufruir até quatro vezes e apenas nas farmácias e laboratórios devidamente autorizados pela Entidade Reguladora de Saúde. Este prazo poderá ser prorrogado, ao abrigo do regime excepcional e temporário de comparticipação.