A empresa norueguesa Yara Internacional criou o primeiro navio de carga autónomo, com zero emissões, denominado Yara Birkeland. O navio irá realizar a sua primeira viagem no final de 2021 entre as cidades norueguesas Herøya e Brevik, sem tripulação,.

O Yara Birkeland foi desenvolvido com o propósito de reduzir o efeito estufa e emissões de poluentes tóxicos, como óxido de nitrogénio e dióxido de carbono, uma vez que a indústria naval é actualmente responsável por 2,5% a 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, segundo os dados da Organização Marítima Internacional.

O navio tem a capacidade de carregar 103 contentores, e tem uma bateria de 7 MWh que corresponder a “cerca de mil vezes a capacidade de um carro eléctrico”, de acordo com Jon Sletten, gerente da fábrica da Yara em Porsgrunn, na Noruega. Apesar de ser uma embarcação lenta, com uma velocidade máxima de 13 nós, o Yara Birkeland irá substituir 40.000 viagens de camião por ano, afirma o gerente.

Não é necessária uma tripulação a bordo do navio mas, numa primeira fase, a carga e descarga será realizada por humanos. No futuro pretende-se que esta tarefa seja efectuada com tecnologia autónoma.

Rudy Negenbord, professor de tecnologia marítima e de transporte da universidade de Delft, na Holanda, garante que navios autónomos como o Yara Birkeland vão ser uma grande aposta no futuro, reforçando que ainda existe um longo caminho e muitos desafios a superar até que os navios autónomos possam ser usados em longas viagens comerciais. “Em algum momento, esses navios terão que interagir entre si para trocar informações e criar caminhos que não sejam conflituosos”, afirma, para além de que envolveria muitas questões legais. “A Yara Birkeland opera ao longo da costa norueguesa, mas se for mais longe, poderá encontrar outras regiões territoriais com regulamentos diferentes que precisam de ser cumpridos”, explica. “Quem é o responsável se houver algum erro?”, interroga Rudy Negenbord.