De acordo com os dados revelados pela Associação de Fabricantes da Indústria Automóvel (AFIA), em Abril as exportações de componentes para a indústria automóvel aumentou em 340% face ao ano passado, tendo atingido 788 milhões de euros. Apesar desta grande subida, o valor permanece abaixo dos números pré-pandemia.

“Este aumento, de 340%, tem como base um valor muito baixo de 179 milhões de euros, registado em Abril de 2020”, explica a associação em comunicado. Segundo avança ainda, com base nas Estatísticas do Comércio Internacional de Bens, divulgada no passado dia 9 de Junho pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), até ao quarto mês deste ano o total de exportações de componentes automóveis atingiu os 3.374 milhões de euros, um aumento de 0,5% face a 2019.

Os quatro destinos que lideram as exportações nestes primeiros meses representam 67% do total, sendo elas a Espanha, com vendas no valor de 1.000 milhões de euros (+34,9%), Alemanha, com 679 milhões de euros (+24,5%), França, com 424 milhões de euros (+27,5%) e o Reino Unido, com 191 milhões de euros (-20,0%).

Nos primeiros meses do ano as vendas de automóveis na Europa, principal destino destas exportações, sentiram uma decréscimo de 25% comparativamente a 2019.

“Deste modo, verifica-se uma vez mais a resiliência da indústria portuguesa de componentes para automóveis, visto que, num ambiente bastante adverso causado pela pandemia de COVID-19, aumentou a sua quota de mercado e atingiu os níveis de pré-pandemia”, comenta ainda a AFIA.

A associação também se manifestou em relação à corrente crise de semicondutores e componentes electrónicos que continua a afectar a indústria, e que impactou algumas fábricas europeias, forçadas a parar ou adiar as suas produções devido à falta de chips. “Também se tem verificado uma falta de matérias-primas, tais como o aço, os polímeros, os componentes metálicos, a borracha, etc., bem como o atraso no fornecimento destas, o que provocou um aumento substancial dos seus preços, condicionando gravemente a actividade da indústria de componentes automóveis”, acrescenta ainda.

Relativamente ao Brexit, teve um claro impacto nas exportações de componentes, agravando a crise actual, visto já vir a decrescer os valores desde 2017, onde registou 372 milhões nos primeiros quatro meses, mais 55% do que no mesmo período deste ano.