Uma das questões do momento dentro da supply chain é a falta de chips, que afecta várias indústrias, desde a dos telemóveis e das consolas à automóvel. Estes chips semicondutores são essenciais para o funcionamento de diversos equipamentos electrónicos do dia-a-dia, e alguns deles necessitam de vários desses chips, o que resultou, nos últimos tempos, numa sobrecarga da capacidade da indústria que os fabrica.

Até mesmo grandes multinacionais instaladas em Portugal, como a Autoeuropa, a Bosch de Braga ou a PSA de Mangualde, foram obrigadas a parar as suas produções por falta daqueles pequenos dispositivos eléctricos.

Alguns sectores optaram por fazer encomendas antecipadas em leilões, de modo a evitar a paralisação mas, no entanto, isso resultou num aumento dos preços praticados.

O Eco avança com o exemplo da Flama, marca portuguesa de electrodomésticos, que necessita destes chips para a produção dos seus produtos. Joaquim Alves, presidente da empresa, revela existir uma grande incerteza relativamente à capacidade de manter a produção a curto prazo, e que não existe uma previsão para a retoma da normalidade no fornecimento.

Não só a incerteza é grande como também a pressão feita nos fabricantes para que as empresas não parem as suas produções. Joaquim Alves revela que a Flama tem “comprado em leilão os poucos semicondutores disponibilizados mensalmente ao mercado, com preços exorbitantes”.

A fonte também revela que a fabricante de electrodomésticos Teka passou a “encomendar” estes semicondutores com uma maior antecedência, e João Nascimento, líder da operação do grupo em Portugal, revela que existem “problemas pontuais com algumas referências”, e que isto tem obrigado a fábrica a ajustar a produção, mas não tendo ainda registado qualquer redução nas quantidades produzidas.