Nos primeiros quatro meses de 2021 foram constituídas 13.866 novas empresas, um crescimento de 4,3% face ao mesmo período do ano passado. Os números são avançados pela Informa D&B no seu barómetro.

Apesar do período de confinamento, que durou até Março deste ano, a constituição de novas empresas manteve-se acima das 3 mil em todos os meses de 2021. No entanto, a recuperação do empreendedorismo está a ser feita a diferentes velocidades, quer em termos sectoriais, quer em relação às diversas regiões do país.

Em termos sectoriais, as actividades que sofreram os impactos mais elevados da pandemia, como o Alojamento e restauração, os Serviços gerais e os Transportes, são as que registam recuos em relação a 2020. Os transportes têm a maior queda, com menos 50% de empresas. O ano passado, quando todos os sectores sofreram recuos nas novas empresas, estes três sectores já tinham sido aqueles em que essa queda foi mais acentuada.

Os sectores do Retalho, da Agricultura e outros recursos naturais, Tecnologias de informação e comunicação e Actividades imobiliárias são aqueles onde o crescimento de novas empresas face ao período homólogo regista valores mais expressivos. Entre eles, destaca-se o Retalho, um dos sectores com mais empresas no país. Impulsionado pelo retalho online, este sector mostra um crescimento de 39%, que corresponde a 1.970 novas empresas criadas em 2021.

Lisboa e Algarve com quedas 

Em termos regionais, enquanto na maioria das regiões o nascimento de empresas cresceu nos primeiros quatro meses do ano, a Área Metropolitana de Lisboa e o Algarve registam recuos de 7% e 6%, respectivamente. Desta forma, nos primeiros quatro meses do ano, nasceram mais empresas na região Norte (4.845) do que na Área Metropolitana de Lisboa (4 640).

Encerraram, entre 1 de Janeiro e 30 de Abril, 3.976 empresas, menos 2,6% que no período homólogo.
Apenas os sectores da Construção (+13,7%), Grossistas (de Têxtil e Moda) (+13,1%) e Serviços empresariais (actividades de consultoria para os negócios e gestão) (+5%) apresentam um crescimento nos encerramentos.

No mesmo período, 780 empresas iniciaram um processo de insolvência, o que corresponde a um ligeiro recuo de 3,1% face ao período homólogo (menos 25 casos). Neste período, o Alojamento e Restauração foi o único setor a registar uma subida significativa de 59%, que corresponde a mais 47 novos processos de insolvência.

Os números de encerramentos e insolvências deverão ser entendidos à luz das medidas de apoio que o Estado português colocou à disposição das empresas e, por outro lado, ao facto de estes processos serem normalmente demorados e, no caso das insolvências, envolverem os tribunais, cuja actividade foi afectada durante a pandemia.