Trata-se de um supermercado online, português, lançado em 2016 por uma startup do Porto, que comercializa produtos próximos ou fora do prazo recomendado de validade, e que desde o início da pandemia, a plataforma já apresentou um crescimento de 250% na Península Ibérica, mercados onde actua, e por ela já passaram 225 toneladas de produtos, ou 200 mil unidades de 8 mil referências, chama-se GoodAfter.

Em entrevista à Lusa, a co-fundadora do projecto, Chantal Gispert, conta que a plataforma comercializa produtos de bens alimentares ou não-alimentares com um desconto de 70% sobre o preço médio, “com total garantia de segurança alimentar”, já que como explica esta responsável, a GoodAfter opera sob a autorização da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e com o parecer positivo da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

Chantal Gispert comenta que “hoje os portugueses têm uma maior consciencialização para o desperdício alimentar e uma noção da total segurança do que é consumir produtos que se encontram no limite, ou ultrapassam, a data de consumo preferencial”.

Neste mesmo sentido, diferencia as denominações “consumir até” e “consumir preferencialmente até”, sendo que não comercializa produtos fora do prazo de validade, mas apenas os que se encontrem fora do prazo recomendado pela marca. “A partir desse limite, os produtos podem ser consumidos e comercializados de forma legal, uma vez que a segurança alimentar não é colocada em causa, e podem ser vendidos a preços substancialmente inferiores, originando assim uma elevada poupança nas facturas dos consumidores”.

Os fornecedores da GoodAfter vão desde os fabricantes, distribuidores, supermercados ou pequenas mercearias, visto que “todos os produtos têm problemas de validade, linhas descontinuadas/obsoletas ou produtos sazonais”, sendo a maior parte adquirida em Portugal, mas contando também com fornecedores de Espanha, França, Itália e Países Baixos.

Ao nível dos produtos alimentares comercializados na plataforma, contam com alimentos enlatados, em conserva e outros, e ao nível dos não alimentares com champôs, amaciadores ou produtos de limpeza, sendo que na GoodAfter podem ser encontradas algumas marcas como Renova, Jerónimo Martins, Reckitt, Henkel, Cerealis, Nicola, Condi e Nobre.

A plataforma logística da empresa situa-se no Hipercentro Areosa, no Porto, onde é feito o armazenamento e picking dos produtos, bem como os envios para Portugal e Espanha. O transporte tem o custo de 3,95 euros em Portugal, sendo os produtos entregues em 24 ou 48 horas, e 4,95 euros em Espanha, onde a GoodAfter leva mais 24 horas a proceder às entregas. O envio é gratuito em encomendas de valor igual ou superior a 49 euros.

Com o aumento da procura por produtos alimentares durante a pandemia, também a plataforma sofreu um impacto positivo, tendo a adesão à GoodAfter aumentado em 250%, contribuindo para a sua missão de reduzir o desperdício alimentar, os resíduos e a poluição associada à sua eliminação, sendo uma solução mais verde para colmatar alguns défices logísticos associados aos stocks.

“Queremos despertar e consciencializar as pessoas para a alteração de comportamentos e de hábitos ambientais mais saudáveis, permitindo, desta forma, através de uma mudança de mentalidades e de comportamentos, a redução do volume de resíduos alimentares e melhorar a alimentação e a saúde das pessoas”, conclui Chantal Gispert.