Após o aumento drástico causado pela pandemia (que neste caso ultrapassou os 60%), o DPD Group anunciou o recente investimento de 10,5 milhões de euros para renovar a sua frota, bem como o início das operações em território nacional da start-up de entregas rápidas Stuart, que actualmente se encontra em quatro países e mais de 100 cidades europeias. “Vamos trazer no início do próximo ano essa novidade para Lisboa”, anuncia Olivier Establet, CEO da DPD Portugal.

A Stuart garante entregas rápidas em até uma hora, de restaurantes, retalho de luxo ou alimentar, e a chegada ao mercado português coincide com o grande aumento da necessidade de entregas ao domicílio, estando o transporte de encomendas a crescer por causa da pandemia.

Ao nível das entregas, o CEO comenta que o modelo de negócio mudou completamente, aumentando o B2C a passos largos enquanto o B2B ficava para trás. Segundo revela, sentiu-se uma diminuição na ordem dos 50% nos primeiros momentos do confinamento, e acrescenta que “a situação tem vindo a evoluir a partir de Junho, com o regresso do consumo nas redes de retalho, no entanto ainda nos patamares na ordem dos 15% abaixo do período pré-covid”. Enquanto isso, no B2C, “os índices chegaram a triplicar em termos de actividade do e-commerce”, revela, valor que estabilizou passado algum tempo e “neste momento estamos com cerca de 60% de níveis acima de pré-COVID”.

“Penso que já não vai descer a partir disso, o que demonstra que o e-commerce ganhou em poucas semanas vários anos de crescimento e veio para ficar. Estou convencido que Portugal vai normalizar no final do ano, princípio do próximo, com taxas mais próximas dos 10% do consumo online”

Apesar da queda, Olivier Establet admite que esta subida do B2B compensa a diminuição do B2C, e que “permite um crescimento a dois dígitos e crescer muito acima das projecções que tínhamos neste ano”, revela a empresa que há um ano surgiu como fusão das operações da Chronopost com a SEUR. Em 2019 facturou 72,3 milhões de euros e entregou cerca de 21 milhões de encomendas, e este ano esperavam um crescimento abaixo dos dois dígitos, o que já se prevê que não irá ocorrer.

Segundo dados da Anacom, no primeiro semestre do ano foram enviadas 27,451 milhões de encomendas, mais 20,8% que no ano anterior em Portugal, fechando-o com uma quota de 2,4% do tráfego postal, mais 0,3% que no período homólogo.

O DPD Group tinha planeado um novo centro logístico em Lisboa para o final de 2021, e que irá atrasar alguns meses para o início de 2022. Este será o maior centro logístico da empresa em Portugal, num investimento de 25 milhões de euros. Ao mesmo tempo também está a investir na renovação das plataformas regionais de Coimbra, Margem Sul, Évora e, no final do ano, em Faro, procurando com eles “duplicar a nossa capacidade”. A empresa também se encontra a investir na sua rede capilar, com a criação de depósitos urbanos, procurando assim apostar na sustentabilidade através dos veículos eléctricos. O CEO avança que a “descarbonização total das entregas em Lisboa começará com maior expressão no próximo ano”, e que no final de 2021 “100% da frota que fará entregas em Lisboa será verde”.