Foi na passada terça-feira que um Antonov, o segundo maior avião cargueiro do mundo aterrou no aeroporto Francisco Sá Carneiro. Tratou-se de uma operação logística delicada que trouxe para o país 80 toneladas de Equipamentos de Protecção Individual (EPI’s) vindos da China.

As dificuldades, segundo avançam Mário e Sara Sousa, da PortoCargo, à RTP Notícias, passaram pelas autorizações, timings e mesmo pelos fusos-horários dos países, que dificultou a comunicação entre as partes. “Se demorássemos mais uns minutos, perdíamos este avião”, comenta Mário Sousa.

Segundo o responsável, por haver diversas fábricas paradas ou sem estar a operar a 100%, e pela grande procura de mercadoria, torna-se difícil saber quais as empresas com capacidade para produzir com a rapidez que se impõe e firmar contratos, pois existem diversos países com os mesmos interesses.

“São quantidades exorbitantes a nível de máscaras, luvas, toucas, fatos completos de isolamento, óculos… Estamos a falar de milhares de equipamentos”, comenta Sara Sousa.

Linesh Babu, director de operações da GroundForce, sublinha que 80 toneladas de carga é muita mercadoria, mas que procuraram avançar o mais rapidamente possível. “Três horas é um tempo que vamos querer bater”.

Às três da manhã estavam a sair para a farmacêutica de Mortágua, que fez a encomenda dos EPI’s, os primeiros quatro de dez camiões, para posterior distribuição dos materiais pelos hospitais do país, conforme as necessidades, sendo que nas próximas semanas ainda continuarão a chegar novas remessas vindas da China.

Mário Sousa acrescenta que “há muito mais mercadoria que chegará, não só com aviões fretados, mas também com carregamentos parciais”, sendo ainda esperados mais ventiladores e testes, para além de equipamentos de protecção para os profissionais de saúde.