A Associação dos Transitários de Portugal (APAT), cujos membros representam um por cento do PIB nacional, reconhece os esforços do Governo na adopção de medidas que vão ao encontro de algumas das suas preocupações. No entanto, a representante sectorial dos transitários aponta em comunicado de imprensa medidas adicionais para enfrentar a situação actual.

No momento em que o País passou para o estado de mitigação, a APAT, que representa 260 empresas de transporte internacional de mercadorias, reitera a necessidade da adopção de medidas para o sector como a clarificação das linhas de crédito para as empresas transitárias e o pagamento dos direitos junto da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT); injecção directa de capital nas empresas; articulação conjunta para conseguir fazer chegar a Portugal o equipamento médico proveniente de outros países, abrindo, para isso, ligações aéreas em cargueiros ou aviões de passageiros exclusivamente com carga.

Concretamente sobre o sector dos Transportes, a APAT assinala que ainda não foi emitida qualquer regulamentação específica com a determinação das condições em que o sector poderá operar (como resulta do Decreto n.º 2-A/2020), nomeadamente: definição de medidas de rastreio e organização dos terminais dos aeroportos internacionais; estabelecimento dos concretos termos e condições em que deve ocorrer o transporte de mercadorias em todo o território nacional.

A actividade transitária ganha especial relevância para o país actualmente, já que é a partir desta que é possível que os países tenham acesso ao abastecimento de bens alimentares, bens de primeira necessidade, medicamentos, entre muitos outros produtos.

António Nabo Martins, Presidente Executivo da APAT, refere que “fomos apanhados, talvez, pela mesma onda de choque que o resto do mundo, e fizemos chegar ao Governo algumas preocupações do sector que teriam repercussões na vida dos Portugueses”. “Não somos presunçosos ao ponto de pensar que foi apenas por nós, mas queremos acreditar que contribuímos de forma muito positiva para que tal acontecesse”, assinala o dirigente associativo.

O layoff simplificado e as suas constantes evoluções, as rendas, os apoios financeiros, a criação dos “Green Corridors” para mercadorias (camiões ou viaturas até 3500Kg) nas fronteiras terrestres, a facilitação da transmissão de documentos de exportação, como o Euro 1 ou T2L, são algumas medidas do Governo que são elogiadas e consideradas como positivas pela APAT.

“Este trabalho é muitas vezes silencioso, mas muito difícil, porque temos de tentar conciliar todos as dificuldades, no pressuposto maior de continuar a fazer chegar a todos os portugueses tudo o que necessitam para que esta anormalidade pareça ser ‘normal’. Por vezes, é a distância que nos une em prol de um objetivo comum”, conclui António Nabo Martins.