Se você trabalha numa empresa em 2020, suponho que a palavra do título lhe soe familiar. Vivemos um tempo de mudanças constantes e drásticas.

Se há cinco ou seis anos lhe dissessem que Donald Trump seria presidente dos Estados Unidos, pensaria que se tratava de uma piada. O BREXIT já é uma realidade, ainda se desconhecem que consequências terá o Coronavirus mas, para já, o Mobile World Congress em Barcelona já foi cancelado, com prejuízos para a cidade superiores a 500 milhões de euros. E isto é apenas o começo, pois existem muitas empresas que já sofrem com a falta de abastecimento de fornecedores chineses.

Hoje é muito normal uma empresa comprar num continente, fabricar noutro e vender noutro; portanto, se a sua empresa compra ou produz na China, não demorará muito para começar a sofrer com os seus efeitos.

Esta incerteza veio para ficar, então não temos outra escolha que não seja aprender a conviver com ela. O problema é que, sabemos como gerir a incerteza?

A resposta a esta pergunta é a chave. A verdade é que a maioria das metodologias de gestão foi desenvolvida em cenários de muito menos incerteza; em que o excesso de procura era uma realidade, ao contrário da actualidade, em que há excesso de oferta em todos os mercados. As mudanças que sofremos nos últimos 20 anos são maiores do que as que passámos nos últimos 50 anos do século XX mas, curiosamente, tentamos geri-las com metodologias obsoletas, que tentam prever o que acontecerá.

Se mantivermos a actual gestão da cadeia de abastecimento, o INPUT a essa gestão é a previsão da procura, DEMAND PLANNING, como lhechamam os especialistas. Creio que de DEMAND não tem nada, é FORECAST PLANNING, e este é la chjá que a incerteza galopante torna cada vez pior qualquer previsão, pelo que a gestão, pedidos de compra e de produção  com base em previsões não fazem mais do que ampliar o problema.

Felizmente, nos últimos anos, surgiu um novo método disruptivo que nasceu para gerir em ambientes voláteis, complexos e incertos, os ambientes VUCA.

Esse método chama-se Demand Driven Adaptive Enterprise (DDAE) e é um novo modelo de gestão baseado na procura  real e que renuncia tentar prever a procura de curto prazo para gerir a cadeia de abastecimento. O que faz é adaptar continuamente a procura real por meio de buffers dinâmicos, que mudam diariamente, com base nas vendas reais.

O DDDAE veio para ficar e a 31 de Março, no Porto, Carol Ptak, fundadora do Demand Driven Institute, apresentá-lo-á em detalhe.

Manuel Castro | CMG Consultores