A Corticeira Amorim irá abrir uma nova fábrica na Austrália, através de um investimento de 3,5 milhões de euros, visando potenciar o crescimento da actividade no sector dos vinhos australianos, avança o Jornal Económico.

A nova unidade de produção será responsável pelo tratamento final das rolhas antes de serem entregues ao cliente.

Em declarações à Supply Chain Magazine, o CEO da empresa, António Amorim, refere que esta aposta surge graças ao aumento do consumo das rolhas de cortiça por substituição das cápsulas de alumínio.

Todas as unidades de acabamento no exterior têm como objectivo disponibilizar um serviço local adequado às necessidades dos clientes da Corticeira Amorim “’stockamos’, personalizamos as rolhas e servimos todo o tipo de clientes, desde os mais pequenos até aos muito grandes. O serviço local é fundamental pois seria impossível de o realizarmos directamente a partir de Portugal”.

A Austrália produz 700 milhões de garrafas de vinho por ano, com rolhas de cortiça, o que tem suscitado uma maior procura internacional, em especial no mercado chinês.

Além da fábrica australiana, a Corticeira Amorim irá também abrir uma no Chile, em parceria com um grupo local, onde serão investido cerca de 4,5 milhões de euros. Será mais “moderna e eficiente”, tendo o mesmo objectivo que a da Austrália, tratando-se apenas de uma mudança de local.

Respondendo aos desafios do aumento da produção, António Amorim refere que a actual infraestrutura de distribuição é vasta e cobre praticamente os mercados mais relevantes, no que diz respeito ao consumo dos produtos da empresa. O incremento da produção em Portugal “será, em grande parte, canalizado para o mercado através da rede que começou a ser construída no final dos anos 80”.

A aposta nos dois países serve para “reforçar, consolidar e aumentar a relação com os nossos clientes, incrementando a capacidade e, consequentemente, melhorando os níveis de serviço. A proximidade para tal é fundamental. O investimento que fazemos em stocks é muito significativo para que este serviço seja assegurado”, afirma o CEO à Supply Chain Magazine.

Por cá, a Corticeira Amorim também está a apostar na indústria 4.0. Estão a implementar um novo ERP da SAP, e um Manufacturing Execution System (MES) simultaneamente. Para isso, foi necessário realizar alguns ajustes à organização, competências e capacidades, e estão também a acontecer, com maior rapidez, muitas alterações no chão de fábrica, “eficiência e fiabilidade na obtenção de dados e melhor seguimento do plano de produção”, conclui o CEO.