O sector têxtil, uma peça fundamental na indústria portuguesa, tem vindo a revelar resultados muito promissores, principalmente quando se fala de vestuário e confecção num contexto de concorrência externa.

Foi neste âmbito que uma comitiva da Associação Nacional das Indústrias do Vestuário e Confecção (ANIVEC), presidida por César Araújo, marcou presença na cimeira anual da Professional Clothing Industry Association Worldwide (PCIAW), em Londres, acompanhada pelo ECO.

Este evento caracteriza-se como um ponto de encontro dos profissionais do sector, integrando um painel de oradores e uma plateia com convidados provenientes de diferentes partes do mundo.

O Presidente, que é, também, Director da PCIAW e fundador da Calvelex, num dos pontos do seu discurso, referiu o papel que Portugal tem vindo a desempenhar na indústria têxtil.

Enalteceu o trabalho positivo levado a cabo pelo país nos últimos anos, tendo conseguido alcançar uma “indústria de referência a nível mundial”, César Araújo reforça esta ideia sem esquecer os objectivos: “as nossas indústrias (têxteis e de vestuário) são do melhor que há no mundo, mas, mesmo assim, nós temos de dar um passo maior que é conquistar a cadeia de valor. E é isso que estamos precisamente neste momento a fazer”.

Destacou, ainda, outros conceitos a ter em conta no desenvolvimento do negócio, relacionados com a pegada ecológica. Como referiu, actualmente, o consumidor é cada vez mais exigente no que diz respeito a assuntos relacionados com a sustentabilidade e responsabilidade social. Afirma que “com os novos desafios da indústria, vêm também oportunidades como economia circular, desenvolvimento material e novos modelos de negócio”.

Por sua vez, Alexandre Freitas, consultor do Centro de Inteligência Têxtil (CENIT), prestou declarações ao ECO sobre o mesmo tema, realçando que o sector tem registado uma significativa ascensão, desde há uma década “Portugal, sendo um país pequeno, é um país que recebe bem o mercado têxtil e de vestuário e confecções, permitindo rápidas entregas de produtos”.

Fez ainda uma comparação entre o volume de exportações entre Portugal em Espanha, referindo que se regista uma diminuição na operação do país vizinho, enquanto que, a nível nacional, as exportações têm aumento para Itália.

Embora Portugal esteja bem posicionado no sector têxtil, o consultor da CENIT não deixou para trás as preocupações que se fazem sentir. Conceitos como ‘economia circular’ e ‘transformação digital’ são alguns dos tópicos apontados, explicando que ainda não existe uma estratégia necessariamente definida com essa finalidade.

Ainda assim, há entidades que, no que diz respeito a ‘transformação digital’, são fortes, como é o caso da Trot & Trotinete.

Matilde Vasconcelos, fundadora da empresa focada no design e comercialização de uniformes profissionais e escolares com 25 anos de experiência, realçou a importância e o impacto de uma plataforma online no negócio, que permite não só a encomenda como a gestão do stock. Além disso, no caso dos uniformes escolares, é mais fácil para os pais procederem à sua compra directa sem intermediários.