Estivemos com o novo CEO da Vortal. Embora haja um olhar sobre o caminho percorrido, a conversa com Miguel Sobral é feita sobretudo de futuro. O crescimento, as geografias em que actuam, os desafios que se apresentam às empresas públicas e privadas e as propostas de valor que a Vortal quer introduzir para continuar a aproximar a oferta e a procura nesta era digital, em que interoperabilidade é a palavra-chave. 2019 vai ser um ano de novidades, como a nova plataforma, com lançamento agendado para o último trimestre. Conheça o senhor que se segue.

Com a saída de Rui Dias Ferreira no final de 2018 da administração, foi a Miguel Sobral, o então “n.º 2”, que coube a missão de assumir o comando da maior empresa nacional de contratação electrónica e uma das maiores a nível mundial. De novo, só talvez a maior responsabilidade, já que Miguel Sobral está na Vortal desde 2001 e conhece bem os cantos à casa.

2018 foi um ano muito importante para a Vortal. “Consolidámos a nossa liderança em Espanha, que já representa o dobro das receitas que temos em Portugal no sector público”. Tendo em conta que o principal espaço de crescimento da Vortal é exactamente a internacionalização, percebe-se o ar visivelmente satisfeito de Miguel Sobral com os resultados de 2018. Para 2019, as previsões são duplicar as receitas em Espanha, “portanto, no sector das entidades públicas, vai passar a ser para nós um mercado quatro vezes maior do que Portugal”, conta.

A empresa cresceu 12%, atingiu os 14 milhões de euros de receitas. Aliás, o crescimento a dois dígitos já não é novidade, tem sido assim de há alguns anos a esta parte, até porque, de facto, o negócio principal da Vortal está fora do país. Em termos de geografias, “70% das nossas receitas são provenientes de fora de Portugal , sobretudo países da Europa e América Latina. Além de Portugal, na Europa temos operações em Espanha e Alemanha; na América Latina são os governos da Colômbia, da República Dominicana e das Honduras os utilizadores da nossa tecnologia para a contratação pública, ao nível da administração central e local, a todos os níveis. Também temos uma operação no México mais orientada para o sector privado, através de um parceiro com quem trabalhamos e que nos tem ajudado a desenvolver ali o negócio”. Têm vindo a procurar crescer no sector público e também no privado, sobretudo na Europa e na América Latina. “Entregámos também um contrato para o Conselho da Europa, arrancámos com entidades privadas, sobretudo no sector do retalho em Itália”, acrescenta o n.º 1 da Vortal.

“Actuamos num contexto em que a contratação pública, hoje, já é obrigatória em toda a Europa e embora existam muitas empresas que prestam serviços de contratação pública electrónica, a maior parte opera apenas em cada um desses países. Isto tem sobretudo a ver com os diferentes contextos legais que acabam por impedir a utilização da mesma tecnologia”. E é aqui que a Vortal faz a diferença.

“A plataforma da Vortal permite estar em vários países, com customizações diferentes, para responder a requisitos legais diferentes, mas utilizando uma única rede de empresas e entidades públicas, o que faz com que as entidades públicas tenham acesso a uma rede internacional de empresas muito mais vasta, o que abre às empresas concorrentes mais oportunidades de negócio, em vários países, a partir de um único interface”.

E, portanto, a tecnológica tem estado a ter um papel muito activo neste campo. É com os olhos postos no futuro que Miguel Sobral explica que “as entidades públicas têm assim acesso a um mercado muito mais vasto e conseguem, sobretudo, envolver muito mais empresas nos processos de contratação pública. Com isto aumenta a transparência, mas também se consegue dar mais oportunidades às pequenas e médias empresas, que muitas vezes não têm visibilidade sobre as oportunidades que existem no sector público. Acreditamos muito neste efeito de rede, é um aspecto muito diferenciador da vortal, pelo que temos estado muito focados nestas questões da interoperabilidade. E é um dos desafios que temos pela frente”.

“A nova plataforma constitui uma aposta muito forte na usabilidade e na performance e faz uso de soluções muito inovadoras com base em inteligência artificial e em semântica”

Miguel Sobral, CEO da Vortal

Para este ano, um outro desafio muito importante é seguramente a nova plataforma de contratação, que será lançada no último trimestre de 2019. “A nova plataforma constitui uma aposta muito forte na usabilidade e na performance e faz uso de soluções muito inovadoras com base em inteligência artificial e em semântica”, avança Miguel Sobral.

“Por um lado, queremos que a plataforma e as soluções da Vortal tenham uma simplicidade de utilização e uma usabilidade muito grandes e que sejam muito intuitivas. Por outro lado, é fundamental que sejam dotadas de conteúdos inteligentes e ajustados às necessidades de cada empresa para que o processo de consulta ao mercado, encontrar novos parceiros de negócio e as melhores propostas seja também ele muito simples e ágil”.
Pode ler a entrevista integral na revista.