A OCDE divulgou recentemente o seu relatório bi-anual dedicado à economia portuguesa, onde Portugal regista um dos prazos médios mais elevados em termos de pagamento. Este resultado vai ao encontro das conclusões do estudo europeu da Intrum, o 2018 Industry White Paper.

Segundo o estudo, os consumidores têm um prazo médio de 25 dias de pagamento e demoram, geralmente, 41 dias a pagar, enquanto que as empresas têm acordos a 49 dias e pagam apenas após 65, números que se agravam quando comparados com o sector público, em que nos 50 dias que têm para pagar, estas transferências são feitas apenas após 79 dias.

Quase metade das empresas que responderam ao inquérito concluíram que se lhes pagassem mais depressa teriam melhores condições para contratar mais pessoas, sendo que a média da europa se encontra nos 20%.

Em 2017, 3,49% da receita anual foi declarada como perdida, mais do dobro da média europeia que se ficou pelos 1,69%.

No sector do transporte e da logística, 97% dos inquiridos confirmaram que lhes pediram prazos de pagamento mais longos do que se sentiam confortáveis, e 71% aceitaram esses prazos.

Entre as causas das demoras no pagamento, os inquiridos destacam o pagamento atrasado intencionalmente (65%), as dificuldades financeiras (60%), ineficiência administrativa dos clientes (55%), sendo que as duas primeiras já tinham estado entre as principais causas no estudo anterior, no entanto, as dificuldades financeiras eram apontadas como a principal razão (73%) e o atraso intencional encontrava-se apenas nos 60%.