A FRUIT LOGISTICA, que acontece todos os anos em Berlim desde 1993, voltou em força nos dias 6, 7 e 8 de Fevereiro. Esta é a principal feira de comércio global de hortifruticultura, que abrange todos os sectores de produtos frescos, e fornece uma visão completa das mais recentes inovações e serviços nos elos da cadeia de fornecimento internacional.

Este ano, o evento contou com mais de 3200 expositores de mais de 90 países, um dos quais Portugal, que apresentou 49 empresas. De entre as entidades juntaram-se especialistas dos sectores de frutas e legumes frescos, embalamento e técnicas de embalamento, e handling, transporte, logística e armazenamento, entre outros.

A FRUIT LOGISTICA está dividida em quatro grupos onde se inserem as várias empresas: produtos frescos, sistemas técnicos, serviços e logística. Esta última tem uma grande importância no evento, como indica o próprio nome da feira. Desta forma, foi criado o Logistics Hub, um espaço que, durante três dias, abrange sessões relacionadas com a cadeia logística. É neste contexto que os produtores, exportadores e comerciantes encontram informações de interesse sobre o transporte e manuseamento dos produtos.

Só neste sector estiveram presentes empresas e sistemas de transporte, serviços de transporte e desembaraço aduaneiro, sistemas de rastreamento (RFID/ código de barras/ GPS), mercados grossistas e terminais de fruta, representantes de portos, câmaras frigoríficas e armazéns.

A Greenyard é uma das empresas de prestação de serviços logísticos que marcou presença na FRUIT LOGISTICA, este ano. Em declarações à Supply Chain Magazine, Vítor Figueiredo, director-geral, referiu que o evento é muito centrado não só nas frutas e legumes, mas também na logística que lhes é adjacente. Explicou ainda que para além de representar uma “excelente oportunidade para encontrar parceiros de negócio, a feira serve também para fazer um melhor planeamento do ano e ainda para apresentar modelos de negócio que saem um pouco da esfera tradicional do operador logístico”. Em relação às expectativas depositadas na feira, realça a possibilidade de discutir os modelos de negócio, de uma forma aberta, com os actuais e potenciais clientes, fazendo uso da presença de colegas provenientes de outros países, para elucidar sobre a forma de trabalhar, que em muito se distingue das funções tradicionais do operador logístico.

Estes três dias permitem realizar um balanço do ano anterior e planear o que se inicia, contando com a participação dos vários elos que compõem a cadeia através de reuniões presenciais que proporcionam uma interacção humana e relacional que, de outra forma, não seria possível, de acordo com Vítor Figueiredo.

No que diz respeito ao sector dos produtos predominantes da feira, frutas e legumes, e à logística inerente, o director-geral afirma que “temos vindo a assistir a um aumento da procura de serviços logísticos não só nesta área, mas do agroalimentar em geral. (…) É, por isso um sector, com fortes oscilações de volumes e esse é um cenário ideal para optar pelo outsourcing das operações de logística e transporte, já que permitem transformar custos que normalmente seriam fixos em custos variáveis e totalmente indexados às variações da actividade”.

Pelo nono ano consecutivo, a Portugal Fresh – Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal – marcou, também, presença na FRUIT LOGISTICA, com um stand de 495 metros quadrados. O presidente, Gonçalo Santos de Andrade, afirma que foram investidos cerca de 350 mil euros na participação portuguesa na feira.

A actuação no evento acontece num momento próspero para a Portugal Fresh, uma vez que se aproxima de atingir 3.000 milhões de euros de volume de negócios, com as exportações a valerem 50% deste valor.

A associação tem como principal objectivo incentivar o consumo de frutas e legumes no mercado nacional, apesar de ter vindo a mostrar-se a principal impulsionadora da expansão das marcas portuguesas além-fronteiras.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações de frutas, legumes e flores alcançaram, entre Janeiro e Novembro de 2018, 1.372 milhões de euros, aumentando 1% face ao mesmo período de 2017 “este crescimento é prova da grande competência e persistência das empresas nacionais face às inúmeras adversidades registadas durante o difícil ano agrícola de 2018. Conseguir o feito de chegar aos 1.500 milhões de euros nesta altura é algo que nos enche de orgulho”, refere Gonçalo Santos de Andrade.

O ano passado, mais de 14 empresas aglomeraram-se ao Portugal Fresh, contando agora com 85 entidades que representam 25% do valor do sector das frutas, legumes e flores.

A feira foi espaço para apresentar novas marcas portuguesas, como ‘Maria’, que faz parte do grupo Luís Vicente. A marca engloba frutas nacionais, como pêra rocha, maçãs, ameixas, pêssegos, nectarinas, dióspiros e marmelos.

Para além desta, foram também lançadas a Gomo, marca destinada aos citrinos de categoria superior premium, e a Biogomo, destinada a comercializar laranjas produzidas em modo biológico. Estas foram lançadas pela Frusoal, no primeiro dia da FRUIT LOGISTICA.