Sou fã de ficção científica. Cresci com filmes que me faziam sonhar com o futuro. Um deles, Blade Runner, baseado num livro de 1968, imaginava como seria o futuro longínquo do ano 2019. Um futuro onde jovens como Harrison Ford andariam por aí atrás de Androids descontrolados, tentando manter a ordem no planeta. O ano 2019 chegou, mas o futuro não é como o cinema pintava… O mundo evoluiu, mas não tanto como imaginávamos.

O mesmo se deu com o e-commerce que, independentemente do crescimento constante de dois dígitos por ano, ainda tem muito para evoluir. É cada vez mais fácil lançar um site de e-commerce, quer seja devido a plataformas chave-na-mão como a Facestore e a Shopkit, quer seja através dos diversos Marketplaces que permitem começar a vender os produtos de uma forma simples online, mas o futuro ainda não é como nós o idealizávamos.

Apesar de ser fácil ingressar no comércio online, não é fácil iniciar um e-commerce de sucesso. Neste mercado tão competitivo, é essencial criarmos uma plataforma que seja de fácil navegação, que funcione bem em dispositivos móveis, que destaque a informação correta, que facilite o processo de compra, que seja seguro e que, no mundo offline, garanta uma boa logística de recursos e operações, desde o momento da encomenda até à receção da mesma.

E se nos primeiros campos já muito foi escrito e otimizado com testes A/B, entre outros, importante é não descurar a parte logística. É necessário garantir que para além de encontrarmos online o produto que procuramos, no tamanho ou características desejadas, o receberemos em tempo útil, num local da nossa conveniência.

● De que me serve ter o melhor site ou plataforma, se as opções de entrega que ofereço não são as indicadas para o meu público?

● De que me serve ter portes grátis, se a minha transportadora não entrega os produtos em tempo útil?

● De que me serve ter o melhor preço, se a minha transportadora não for ter com os meus clientes onde eles estiverem?

● De que me serve ter 1 milhão de produtos, se a minha transportadora não se adaptar aos horários dos meus clientes?

Para além de estarmos preocupados com a UX otimizada, com o CTA chamativo, com o CMS da moda, é necessário preocuparmo-nos em termos aquilo que o cliente procura.

Estamos em 2019, o Harrison Ford já não vai para novo, os carros voadores e as entregas via drone ainda não são mainstream, mas importa que os nossos utilizadores consigam ter uma boa experiência online e offline. Desde o primeiro clique, até à last mile.

Paulo Pimenta | KuantoKusta | CEO