Preparando-se para o que poderá ser um caos logístico nos portos britânicos, se vier a acontecer um “Hard Brexit”, a BMW e Aston Martin já puseram em marcha planos B e estão a assegurar o transporte de componentes por via aérea como alternativa.

Cada vez mais se aproxima a suposta data limite para as negociações do Brexit, mas continua sem ser conhecido um acordo entre as autoridades britânicas e europeias. A possibilidade da saída do Reino Unido do Mercado Único Europeu é cada vez mais uma ameaça às operações das empresas, até porque pode gerar fortes constrangimentos na livre circulação de matérias-primas e produtos através dos portos britânicos.
Por isso, BMW e Aston Martin asseguraram já a possibilidade de enviar peças por via aérea para evitar atrasos que coloquem em causa o funcionamento da sua cadeia de produção.

Da parte do Grupo BMW o principal problema coloca-se com a marca Mini, pois a maior parte dos modelos são feitos em Oxford mas com vários componentes a serem trazidos da Alemanha. “Tomámos medidas para assegurar rotas aéreas para o fornecimento de componentes”, referiu o CEO, Harald Krueger, durante a apresentação de resultados do Grupo BMW no terceiro trimestre, em que foi anunciada uma queda de 27% nos lucros da empresa.

No caso da Aston Martin o transporte de peças por transporte aéreo já acontece, mas apenas em casos de emergência. No entanto, Andy Palmer, CEO da marca, já veio dizer que “é possível colocar motores e caixas de velocidades para alguns dias – de produção – no compartimento de carga de um avião e, mesmo sendo relativamente caro, é o nosso principal plano de contingência”. No caso do fabricante de Gaydon a questão estará relacionada principalmente com os motores, já que a Aston Martin tem um acordo com a Mercedes para poder utilizar propulsores fabricados pela AMG.