O conceito e a prática de Interim Management em Portugal surgiu pela primeira vez no âmbito da Expo’98, um evento internacional realizado em Lisboa na década de 90, através da KPMG, uma consultora holandesa que desempenhou um papel fundamental ao fornecer uma equipa de profissionais altamente qualificados para lidar com os complexos desafios de gestão, associados a um evento de tal magnitude.

Após o sucesso da Expo’98, algumas empresas começaram a perceber o potencial do Interim Management para oferecer soluções rápidas e eficazes em momentos de necessidade ou mudança nas organizações, em linha com o movimento de disseminação e adoção que se verificava já nas economias europeias mais desenvolvidas. Em 2000, a “Boyden”, uma empresa global de recrutamento e consultoria executiva, lançou o Projeto BIM (Boyden Interim Management) em Portugal. Esse projeto foi liderado por Rui Serapicos, que viria a lançar a “Acumen” em 2009, uma das quatro empresas fornecedoras de serviços Interim Management atualmente ativas no mercado português, para além da “Easytalent”, “Experienced Management” e “Folgares Capital”.

Em maio de 2010, a Revista Exame publicou um artigo destacando essa solução de gestão. O artigo apresentava os benefícios e a crescente importância do Interim Management para as empresas portuguesas, sobretudo em momentos de transição, reestruturação ou mudança de estratégia.

Em setembro de 2018 lançou-se no mercado a “Experienced Management”, uma plataforma de Interim Management que desenvolveu uma parceria com os suíços da BrainForce. Em Outubro de 2019 surge a “Easytalent”, que viria a criar uma comunidade de Profissionais que serviu como base de recrutamento do primeiro Elenco Diretivo e dos primeiros Associados da AIM – Associação Interim Management Portugal, fundada em janeiro de 2021. De referir também um outro Fornecedor de Serviços de Interim Management, a “Folgares Capital”, em atividade desde 2003.

A AIM foi criada por iniciativa dos 4 fornecedores de Interim Management já referenciados e por um conjunto de Profissionais com interesse pela solução, tendo em vista melhorar a notoriedade e a visibilidade da ferramenta, conferir uma componente mais institucional ao movimento que se estava a criar em prol da divulgação do IM e liderar a criação de um ecossistema que integra Empresas, Profissionais, Providers de IM, Associações Empresariais, Câmaras de Comércio, Ordens Profissionais, Entidades Governamentais, Academia, Fundações, Media e outros “stakeholders”. Rui Serapicos é o primeiro e atual Presidente da Associação.

Depois de as primeiras duas Conferências da AIM se terem realizado em Lisboa, com o apoio da Universidade Europeia, a Conferência de 2024 irá ter lugar previsivelmente no 4º trimestre, no coração de uma Associação de referência, a AEP – Associação Empresarial de Portugal, junto dos seus Associados, em linha com a elevação de 2024 à categoria de “Ano do IM nas Empresas, em Portugal”.

De salientar também o papel pioneiro do semanário “Vida Económica”, que desde o início do ano proporciona à AIM um espaço mensal de divulgação, através da rubrica “A Hora do Interim Management”.

De referir ainda a colaboração que temos mantido com a comunicação social e diversas entidades, no âmbito da divulgação de conteúdos sobre Interim Management.

Em Março, a AIM esteve presente numa Aula Aberta na Universidade Europeia, no âmbito do Curso de Gestão de RH, numa jornada de sensibilização junto dos futuros Diretores de Gestão de Pessoas do país e dos PALOPS.

A trajetória do Interim Management em Portugal é uma história de evolução e resiliência e adaptação a contextos desafiadores, evidenciando uma dinâmica crescente, assistindo-se à crescente disponibilidade de um cada vez maior número de Profissionais, sendo também expectável a entrada de novos players.

As Consultoras tradicionais de Recursos Humanos têm um papel importante a desempenhar no desenvolvimento do mercado, por estarem habilitadas a oferecer em Portugal, o que já oferecem nas geografias onde o Interim Management é um mercado estruturado, com uma Procura, constituída pelas Empresas e uma Oferta, constituída pelos Profissionais habilitados.

O futuro do Interim Management em Portugal parece promissor, com potencial para crescer à medida que as empresas vão enfrentando desafios cada vez mais complexos, numa conjuntura de crescente incerteza e volatilidade.

O acesso a profissionais qualificados e experientes, aliado à capacidade de os integrar rapidamente em funções-chave, somado à flexibilidade que essa solução proporciona, pode ajudar as organizações, independentemente da dimensão e setor de atividade, a prosperar e a crescer num ambiente empresarial em constante mudança.

Paulo Jorge | Vice-Presidente da AIM e Managing Partner da EasyTalent