A DHL Supply Chain vai investir 120 milhões de euros num armazém multiutilizador no distrito logístico de Dubai Sul. O anúncio foi feito pelo CEO da empresa para o Médio Oriente e África (MEA), Orkun Saruhanoglu, esta quinta-feira, na inauguração do novo Centro de Inovação do Grupo DHL na região.

Localizado estrategicamente junto ao centro de inovação e ao Aeroporto Internacional Al Maktoum (que ambiciona ser o maior do mundo, quando estiver plenamente operacional), este novo hub de logística contratual foi concebido para impulsionar cadeias de abastecimento globais e servir como ligação entre o oriente e o ocidente.

Instalado num terreno de 96.000 metros quadrados, o projeto inclui uma área de armazenamento de 55.000 metros quadrados, com “as melhores práticas, processos e aplicações” para todos os clientes do grupo, não apenas os Emirados Árabes Unidos. E estará preparado para acolher clientes de setores tão distintos como tecnologia, saúde e ciências da vida, retalho, e-commerce e automóvel e componentes. Além disso, irá operar com emissões neutras em carbono.

O início da construção está previsto para o primeiro trimestre de 2026, com a conclusão planeada para meados de 2027.

Este investimento envolve um acordo válido por 38 anos, para o arrendamento do terreno, acordo esse assinalado simbolicamente entre o CEO da DHL Supply Chain MEA e o CEO do Distrito Logístico de Dubai Sul, Mohsen Ahmad. Este último destacou, a propósito, que a DHL foi das primeiras empresas a acreditar na visão para este ecossistema logístico que se estende por 18 quilómetros.

Foi nesta área que a DHL testou o seu primeiro centro de inovação na região, que começou como uma estrutura móvel e que esta quinta-feira se tornou permanente.

Com uma área de 1.700 metros quadrados, o centro foi pensado – à semelhança dos que existem em Colónia (Alemanha), Chicago (Estados Unidos) e Singapura – para ser uma plataforma colaborativa entre os especialistas da DHL e os clientes, parceiros, startups e instituições académicas.

“Não é um armazém, nem uma exposição. É um lugar onde apresentamos exemplos tangíveis das nossas soluções e das suas aplicações específicas”, destacou a head of Innovation Middle East & Africa, Irina Albanese. Embora com foco em temas incontornáveis na logística como a robótica, a Internet of Things e a Inteligência Artificial, bem como a sustentabilidade, assume-se, antes de mais, como um lugar para dialogar.

Isso mesmo reiterou a chief comercial officer da DHL e responsável pela DHL Customer Solutions & Innovation, Katja Busch: “Não é só um lugar para experimentar. O que queremos é sentar-nos com os nossos clientes, perceber quais são os seus principais desafios e inspirá-los a pensar fora da caixa, a pensar o impensável. E, ao mesmo tempo, dar-lhes acesso à nossa rede de parceiros, bem como ao que já criamos, testamos e desenvolvemos e que pode ser a resposta para alguns desses desafios.”

Sublinhando que a DHL “não inova por inovar”, no entendimento de que “a inovação precisa de direção”, afirmou que o Logistics Trend Radar funciona como um farol, ao identificar as principais tendências que moldam o setor, com os centros de inovação a mostrarem como esta pesquisa académica se converte em realidade.

Foi em 2007 que a DHL criou o primeiro centro de inovação, no seu país de origem, a Alemanha. Uma decisão nascida, segundo Katja Busch, da convicção de que “a inovação faria a diferença na logística”. “Os desenvolvimentos eram tão rápidos, aconteciam quase numa base diária, que sentimos a necessidade de estar próximos dos nossos clientes, dos nossos parceiros e da tecnologia”, contextualizou.

Quer o centro de inovação permanente, quer o novo armazém de logística contratual no Dubai fazem parte de um investimento de 500 milhões de euros que o Grupo DHL anunciou, em abril último, para o Médio Oriente, acrescidos de outros 300 milhões para a África Subsariana.

 

A SCM foi o único meio de comunicação social português presente na inauguração do centro de inovação. O tema será desenvolvido numa próxima edição impressa.