Um novo estudo da Mecalux e do Intelligent Logistics Systems Lab (ILS) do MIT, revelou que a Inteligência Artificial (IA) e machine learning passaram de ferramentas experimentais para fatores impulsionadores de produtividade, precisão e evolução da força de trabalho em armazéns.
O estudo, baseado nas respostas de mais de 2.000 profissionais da cadeia de abastecimento e armazenagem de 21 países, revela que o setor já atingiu uma maturidade considerável no âmbito das tecnologias emergentes, com mais de nove em cada 10 armazéns a utilizar algum tipo de IA ou automação avançada.
Mais de metade das empresas inquiridas afirma operar de forma avançada ou totalmente automatizada. Os armazéns começaram a utilizar, cada vez mais, a IA nos seus fluxos de trabalho diários, nomeadamente na preparação de pedidos, otimização de stock, manutenção de equipamentos, planeamento de trabalho e monitorização de segurança.
“Os dados evidenciam que os armazéns inteligentes superam os seus concorrentes em volume, precisão e adaptabilidade. À medida que se aproxima a alta temporada, as empresas que investem em IA não são apenas as mais rápidas, são também as mais resilientes, previsíveis e estão melhor posicionadas para enfrentar a volatilidade”, afirma Javier Carrillo, CEO da Mecalux.
A pesquisa mostrou ainda que os investimentos em IA estão a ser amortizados antes do previsto. A maior parte das empresas canaliza entre 11 e 30% dos seus orçamentos de tecnologia de armazém a iniciativas de IA e machine learning, e o prazo médio de amortização situa-se em dois ou três anos.
No entanto, apesar dos avanços que estas tecnologias permitem, as organizações ainda enfrentam desafios. “A parte mais complicada é a fase final de implementação: integrar as pessoas, dados e análise sem criar atritos nos sistemas existente”, indica o Dr. Matthias Winkenbach, diretor do laboratório ILS do MIT.
Os principais obstáculos passam por falta de experiência técnica, integração de sistemas, qualidade dos dados e custo de implantação. Ainda assim, as empresas afirmam contar com bases sólidas para a gestão de dados e projetos, e identificam o uso de ferramentas adequadas, roteiros claros, orçamentos ampliados e uma maior experiência interna como aceleradores essenciais para a adoção contínua.
Quanto ao tema da substituição dos trabalhadores pelo potencial da automação, a maioria das organizações inquiridas registaram um aumento de produtividade e satisfação dos seus funcionários após a implementação de IA, e mais de metade indicou ter ampliado o quadro de funcionários.
No que diz respeito ao futuro, quase todas as empresas planeiam ampliar o uso de IA nos próximos dois ou três anos. 87% das organizações prevê aumentar os orçamentos destinados à IA, e 92% já está a implementar ou a planear novos projetos nesse âmbito.
O relatório aponta que o próximo desafio se focará nas tecnologias de tomada de decisão, especialmente na IA generativa. As empresas destacam a IA generativa como o método mais valioso nas instalações logísticas atuais e, entre os motivos, citam aplicações como a documentação automatizada, otimização da distribuição do armazém, modelagem de fluxos de processos e a criação de código para sistemas de automação.



