O início da construção do NRP Luís de Camões, o primeiro de dois navios reabastecedores de esquadra e logísticos da Marinha Portuguesa foi assinalado, no dia 14, pelo corte da primeira chapa, no estaleiro ADA Shipyard, em Tuzla-Istambul, Turquia.

Com 137 metros de comprimento e um deslocamento de 11.000 toneladas, estas unidades atingem uma velocidade máxima superior a 18 nós e contam com propulsão híbrida, combinando sistemas diesel e elétricos.

A guarnição será composta por 50 militares, dispondo ainda de alojamento extra para outros 50 elementos e capacidade temporária para mais de 100 pessoas, garantindo flexibilidade para diferentes tipos de missões.

A entrega do NRP Luís de Camões está prevista para abril de 2028, enquanto o segundo navio, o NRP D. Dinis, deverá ser entregue em dezembro do mesmo ano.

Num comunicado publicado online, a Marinha Portuguesa adianta que os novos navios têm como missão aumentar a capacidade da esquadra e garantir o apoio logístico sustentado em operações militares nacionais e internacionais, bem como em missões de interesse público. Entre as suas principais funções estão o transporte e reabastecimento no mar de unidades navais com combustível para navios e aeronaves, água potável, carga sólida geral e munições, além de oferecer apoio logístico diversificado e funções hospitalares acrescidas para situações de catástrofe.

“Estes navios representam um passo estratégico para reforçar a autonomia e a capacidade operacional da Marinha Portuguesa, garantindo maior flexibilidade em missões nacionais e internacionais”, refere.

As duas unidades estão a ser construídas pela empresa turca STM – Savunma Teknolojileri Mühendislik ve Ticaret A.Ş, com este projeto a representar a primeira exportação naval para um país da União Europeia e da NATO.

“Estamos a lançar a construção de uma plataforma naval que irá servir a humanidade em tempos de paz e proporcionar segurança em tempos de crise. Este projeto reflete a confiança colocada na engenharia turca por um país membro da União Europeia e da NATO, e representa um marco na história da construção naval europeia. Estamos muito orgulhosos com o facto de Portugal, uma nação com uma herança marítima tão rica e uma marinha poderosa, equipada com navios modernos, ter escolhido a Turquia para seu parceiro”, sublinhou, o secretário das Indústrias de Defesa da Turquia, Haluk Görgün, que presidiu à cerimónia, na qual esteve presente o diretor de navios da Marinha Portuguesa, contra-almirante Marques da Costa.