Os sindicatos que representam os estivadores a nível internacional, reunidos em Lisboa esta quarta e quinta-feira, 5 e 6 de novembro, repudiam qualquer processo de automação dos portos que implique a perda de emprego ou a vulnerabilização dos direitos dos trabalhadores.
Esta posição consta da declaração conjunta “Protegendo o emprego, as comunidades e a negociação coletiva face à automação destrutiva”, aprovada na Cimeira de Lisboa organizada pelo International Dockworkers Council (IDC) e pela International Longshoremen’s Association (ILA).
Intitulada “People over profits: auto-automation”, a conferência internacional culminou, assim, nesta posição comum dos sindicatos, propondo a criação de uma aliança global de trabalhadores contra a automatização.
Na abertura do evento, o presidente da ILA, Harold J. Daggett, advertiu que a automação constitui “um ataque” à própria existência dos trabalhadores das docas: “Se uma empresa decidir implementação automação destruidores do emprego em qualquer porto cujos trabalhadores façam parte da aliança, enfrentá-la-emos com uma greve global de três a quatro semanas.”
Por sua vez, o coordenador geral da IDC, Dennis A. Daggett, sublinhou que o protesto não é contra a inovação: “Estamos contra quem a use para nos apagar do mapa.”
Já o coordenador laboral internacional da IDC, Jordi Aragunde, afirmou que o encontro de Lisboa constituiu um ponto de inflexão para o movimento sindical marítimo global.
No documento aprovado, os sindicatos reafirmam, ainda, a negociação coletiva como “ferramenta essencial para regular as mudanças tecnológicas” e estabelecem “o compromisso de estivadores e trabalhadores marítimos de atuarem de forma unida e coordenada face à imposição de terminais automatizados sem consentimento sindical”.



