A aquisição da DB Schenker pela DSV é mais do que uma operação de consolidação: é o negócio que redefine o mapa da logística mundial. Em entrevista exclusiva à Supply Chain Magazine, Rui Paulo Gomes, Managing Director da DSV Air & Sea Portugal, fala sobre o impacto da fusão, as novas sinergias entre as duas gigantes e o papel que Portugal pode assumir na rede internacional do grupo.
A aquisição da DB Schenker pela DSV, avaliada em mais de 14 mil milhões de euros, é considerada a maior fusão alguma vez realizada no setor do freight forwarding e da logística integrada. Mais do que um negócio de consolidação, trata-se de um marco histórico que redefine o equilíbrio global da indústria. Com esta operação, a DSV ascende ao topo do ranking mundial, reforçando a sua posição em todos os segmentos – marítimo, aéreo, rodoviário e contract logistics – e consolidando uma trajetória de crescimento contínuo que, nos últimos 20 anos, transformou o grupo numa referência global.
Em Portugal, o impacto é direto e significativo. A filial nacional da DSV Air & Sea tem registado uma das maiores taxas de crescimento da Europa, com uma equipa que, nas palavras de Rui Paulo Gomes, “cresceu todos os anos a dois dígitos e passou de uma marca quase desconhecida a líder do mercado nacional”.
Nesta entrevista à Supply Chain Magazine, o gestor fala sobre a dimensão da fusão, as sinergias com a Schenker e a transformação tecnológica que está a moldar o futuro da logística.
“A integração da Schenker é especial. É, de longe, a maior operação alguma vez feita no setor do freight forwarding. Está a ser preparada com enorme detalhe e ficará para a história, pela escala e pela forma como está a ser executada”, sublinha Rui Paulo Gomes.
O responsável destaca ainda que esta fusão vem reforçar a rede global e a capacidade tecnológica da empresa, abrindo caminho a uma DSV “ainda mais próxima, ágil e inovadora”. Entre os investimentos em curso estão o reforço da rede de hubs em Lisboa e Porto, novas plataformas logísticas em Vila do Conde e no Tojal, e o alargamento da capacidade de consolidação aérea e marítima.
Outro ponto forte da conversa é a transformação tecnológica. A DSV está a integrar inteligência artificial, automação e data intelligence em todas as fases das operações, com destaque para a plataforma MyDSV, que garante visibilidade end-to-end e informação em tempo real sobre as cadeias de transporte.
“A tecnologia é o eixo central da nossa estratégia. Sem uma excelente estrutura de IT, é impossível crescer e antecipar o futuro”, afirma o Managing Director.
A sustentabilidade é outro pilar da estratégia global. Através do programa SAF (Sustainable Aviation Fuel), a DSV está já a reduzir até 80% das emissões em voos logísticos, tendo evitado mais de 1.800 toneladas de CO₂ desde maio. Para Rui Paulo Gomes, o compromisso ambiental é “parte do negócio, não um tema lateral”, e a intermodalidade será decisiva para o próximo salto de eficiência e descarbonização.
A entrevista aborda ainda o papel de Portugal na rede internacional — um país pequeno em dimensão, mas com potencial para se afirmar como plataforma atlântica e “laboratório logístico”.
“Temos localização estratégica e custos competitivos, mas ainda falta ambição e visão. O sucesso depende de nós: de acreditar, investir e apostar em tecnologia e qualificação”, afirma.
📖 Pode ler a entrevista completa brevemente, na edição #68 da Supply Chain Magazine.



