18 de setembro assinalou o Dia Internacional da Igualdade Salarial. Bernardo Guinea, Air Freight Manager da Codognotto Portugal, lembra que talento não tem género — e que os salários também não deviam ter.

A 18 de setembro assinalou-se o Dia Internacional da Igualdade Salarial entre homens e mulheres, um princípio essencial de justiça social e, ao mesmo tempo, um termómetro do progresso de qualquer sociedade.

Em Portugal, apesar dos avanços legislativos e da crescente consciencialização, persistem desigualdades que não podem ser ignoradas. Dados da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) mostram que as mulheres continuam a ganhar, em média, menos do que os homens, mesmo quando desempenham funções equivalentes.

Esta disparidade não se explica por mérito, competência ou dedicação. Resulta, muitas vezes, de estruturas enraizadas que perpetuam estereótipos e práticas discriminatórias. Superar esta realidade exige não apenas políticas públicas eficazes, mas também um compromisso genuíno das empresas.

É nesse contexto que se destacam organizações reconhecidas pela CITE pela prática da igualdade salarial, entre elas, a Codognotto Portugal, onde tenho o privilégio de trabalhar. Este reconhecimento não é apenas um selo de mérito: é o reflexo de uma cultura empresarial que valoriza o talento e a dedicação, independentemente do género.

Na prática, significa que homens e mulheres têm acesso às mesmas oportunidades de progressão, recebem remuneração justa e são avaliados com base em critérios objetivos. Esta abordagem promove não só um ambiente de trabalho mais saudável e motivador, mas também a retenção de talento e a reputação da empresa no mercado.

A igualdade salarial não deve ser vista como uma meta longínqua, mas como uma exigência imediata. Empresas como a Codognotto mostram que é possível conjugar competitividade com responsabilidade social. Cabe agora ao setor privado, em conjunto com o Estado e a sociedade civil, acelerar este movimento e garantir que, em Portugal, o salário de uma pessoa reflita apenas o seu valor profissional e nunca o seu género.

Porque talento não tem género. E os salários também não deviam ter.

Bernardo Guinea, Air Freight Manager | Codognotto