Os CEO de 15 dos principais fabricantes europeus de eletrodomésticos subscreveram uma carta aberta à Comissão Europeia, apelando a uma maior proteção do setor face ao atual contexto de instabilidade, que ameaça a resiliência e a soberania da cadeia de abastecimento.

Falando em nome de uma das principais indústrias europeias, quer em termos de contributo económico, quer em termos de emprego, os gestores reclamam ser integrados na estratégia industrial da União Europeia.

“Os eletrodomésticos são essenciais para a vida moderna. Garantem a segurança dos alimentos, promovem higiene, preservam a saúde e ajudam milhões de europeus a poupar energia e a reduzir as emissões todos os dias”, sustentam. E concretizam que o setor é vital para a cadeia de abastecimento, a economia e a resiliência europeias: assim, contribui com 79 mil milhões de euros para a economia, gera um milhão de empregos, opera 130 fábricas em toda a Europa.

A carta prossegue: “Numa altura em que a União Europeia precisa de indústrias que sejam resilientes, orientadas para o futuro e profundamente enraizadas nas comunidades, nós somos exatamente esse tipo de indústria. E, no entanto, somos deixados de for a da estratégia industrial da Europa, presos numa lacuna política entre a ambição verde e a realidade industrial.”

A carta aberta dá conta de que as empresas enfrentam já vários desafios que poderão colocar o negócio em risco: entre eles estão o aumento dos preços da energia, que fazem crescer os custos; uma regulação fragmentada que gera confusão; e padrões cada vez mais exigentes que criam barreiras. Acresce que as empresas estão a sofrer pressões para deslocar as suas unidades fabris, de modo a manterem as operações com sucesso.

O presidente da APPLiA, a associação do setor, concretiza que, sem apoio urgente, a Europa arrisca-se a perder o controlo sobre um motor crítico para a descarbonização, com 1,5 mil milhões de aparelhos previstos até 2030; liderança num mercado que vale 600 mil milhões de dólares; a sua base de produção, com consequências para o emprego, a inovação e a soberania.

Entre os signatários da carta aberta, estão empresas como a Samsung, a LG, a Ariston, a Beko, a Miele e a Dyson.