Está a fazer um ano desde que a empresa norte-americana Arvist.ai, especializada em tecnologia de armazéns impulsionada por Inteligência Artificial (IA), deu entrada em Portugal através de uma parceria estratégica com a Izzdone Consulting, uma empresa portuguesa de consultoria especializada em logística de armazéns e otimização da cadeia de abastecimento. Procuramos saber junto de César João Lourenço, CEO da Izzdone Consulting e partner da Arvist.ai, qual o balanço da operação e os ganhos obtidos até ao momento.
SCM – A Arvist.ai deu entrada em Portugal através da parceria com a Izzdone Consulting. Qual o motivo que levou a esta parceria? Quais os resultados que pretendiam atingir?
César João Lourenço – Na Izzdone, orgulhamo-nos de ser um parceiro estratégico sólido, graças à nossa vasta experiência na implementação de sistemas de Tecnologias de Informação (ERP e WMS), e ao nosso foco dedicado ao setor da cadeia de abastecimento. Como parceiros da Infor, estamos totalmente alinhados com a visão da Arvist.ai. O nosso objetivo com esta parceria é consolidar uma presença forte tanto no mercado português como no brasileiro, através de uma colaboração próxima e de um crescimento conjunto.
Passado cerca de um ano, qual o balanço que faz desta parceria? O que já foi alcançado?
Ao fim de cerca de um ano, estamos muito satisfeitos com esta parceria. A Arvist.ai demonstrou uma dedicação e um entusiasmo excecionais no desenvolvimento do mercado de soluções de Visão Computacional por IA, em conjunto com a Izzdone. As nossas fortes capacidades de execução ficaram patentes na capacidade de envolver uma grande diversidade de clientes e gerar um interesse significativo pelas nossas soluções, tanto no mercado português como no brasileiro. Tem sido uma colaboração extremamente produtiva e estamos entusiasmados com o que o futuro nos reserva.
Como tem sido a aceitação do mercado português?
Temos registado um forte interesse por parte do mercado português, tanto de operadores logísticos como de fabricantes. A necessidade de otimizar e automatizar as inspeções de qualidade — validando a precisão da preparação de encomendas e detetando danos nas expedições — é tão relevante em Portugal como a nível global. Estamos satisfeitos por poder oferecer uma solução inovadora, de fácil implementação e com um custo acessível, que responde a este desafio generalizado.
Quais as soluções que disponibilizam atualmente e em que situações devem ser aplicadas?
A Arvist.ai oferece soluções de Visão Computacional por IA concebidas para automatizar inspeções de controlo de qualidade (QC) em expedições, bem como processos de segurança e conformidade, utilizando a infraestrutura já existente no armazém. Fornecemos kits modulares e fáceis de instalar para estações de qualidade, que tiram partido de câmaras de vigilância padrão integrando-se facilmente com sistemas WMS ou ERP. Estas soluções são ideais para automatizar inspeções em pontos-chave, como docas de expedição ou estações de embalagem — ajudando a reduzir reclamações Overage, Shortage & Damage (OS&D), diminuir custos de mão de obra, melhorar os níveis OTIF (On Time In Full) e aumentar os índices de desempenho dos fornecedores.
Qual o panorama atual deste setor, e quais os desafios mais relevantes?
Estamos a assistir a um forte crescimento contínuo neste setor, impulsionado pelo aumento das expectativas dos clientes em relação à qualidade e ao serviço. Tanto os 3PL como os fabricantes estão sob pressão para cumprir padrões mais elevados, num cenário cada vez mais competitivo. Como resultado, espera-se que as operações logísticas adotem a automatização baseada em IA não só para melhorar os níveis de serviço, mas também para reduzir os custos de mão de obra. O principal desafio passa por garantir a integração fluída destas tecnologias nos fluxos de trabalho existentes, assegurando simultaneamente a escalabilidade e o retorno do investimento (ROI).
O que esperam alcançar a curto, médio e longo-prazo?
A curto prazo, pretendemos alcançar uma ampla adoção da nossa solução para automatizar as inspeções de mercadorias tanto à entrada como à saída dos armazéns. A médio prazo, estamos a trabalhar na integração de capacidades de Agentic IA para apoiar tarefas rotineiras relacionadas com a qualidade, como a gestão de reclamações — aproveitando os dados e as imagens que já capturamos. Olhando para o futuro, a nossa visão a longo prazo é que este tipo de garantia de qualidade automatizada e baseada em dados se torne o standard da indústria nos setores da logística e da manufatura.
