A China limitou a exportação de gálio e germânio, dois metais essenciais utilizados em semicondutores e veículos elétricos, aos Estados Unidos da América e Europa. Neste sentido, a União Europeia (UE) está agora a concluir acordos com o Japão, de modo a reduzir a dependência face à China, segundo informações publicadas pela revista Visão.
O presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, expressou a sua preocupação com as restrições impostas pela China ao setor europeu de veículos elétricos (VE). Em declarações à Reuters, o responsável destacou a dependência da Europa em relação à superpotência asiática para o fornecimento de matérias-primas essenciais na fabricação de baterias de emissões zero, como gálio e germânio. Essa situação evidencia a necessidade urgente de construir uma cadeia de abastecimento independente, embora isso acarrete altos custos.
De acordo com a Techenet, o presidente da Renault enfatizou ainda que a indústria automobilística europeia possui capacidade para produzir veículos elétricos, mas enfrenta desafios no fornecimento seguro dessas matérias-primas. A China investiu anos no desenvolvimento da sua própria indústria de VE e numa sólida cadeia de abastecimento, o que torna extremamente dispendioso replicar esse feito, com custos na ordem dos bilhões de euros. As restrições de exportação impostas pela China agravam a guerra tecnológica com os Estados Unidos e podem potencialmente interromper significativamente as cadeias de abastecimento globais.
Neste contexto, a Europa encontra-se no centro deste conflito e é obrigada a procurar alternativas para o pior cenário possível. O presidente alertou que, numa verdadeira crise geopolítica, as fábricas de baterias que dependem exclusivamente de produtos importados enfrentarão prejuízos consideráveis. Assim, torna-se crucial o desenvolvimento de combustíveis alternativos, como combustíveis eletrónicos sintéticos e hidrogénio, para enfrentar uma possível escassez súbita de baterias devido à falta de matérias-primas.
Não obstante, a União Europeia (UE) está agora a concluir acordos com o Japão sobre matérias-primas críticas e semicondutores, de modo a reduzir a dependência face à China, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, após uma cimeira com o Japão realizada em Bruxelas, avançou a revista Visão.