O mercado global de bens contrafeitos cresceu exponencialmente nas últimas duas décadas. Uma análise do Bankless Times, retirada dos dados da OCDE, mostra que o valor deste mercado representa 3,3% do comércio global.
A principal razão por detrás da prevalência da contrafação é que se trata de uma indústria altamente lucrativa para os seus fornecedores. Os bens contrafeitos vendem-se geralmente a um preço mais baixo do que os produtos legítimos e os fabricantes destes produtos ainda obtêm lucros elevados porque não incorrem nos mesmos custos que os fabricantes genuínos.
Embora o problema seja global, a China continua a ser a principal fonte de contrafações. As provas apontam que 55% das contrafações globais são originárias da China, enquanto Hong Kong, o outro ator importante, é responsável por 27% desses produtos. Intervenientes importantes são também Turquia, Singapura e os EUA. A China é também a principal rota comercial para as contrafações expedidas por via marítima: é responsável por 70% do total global.
Se não for controlada, a contrafação pode ter um impacto devastador no desempenho e crescimento das empresas, levando a menores receitas e lucros para a indústria.
Segundo esta análise do Bankless Times, o comércio global de contrafação é uma indústria multi-bilionária que tem impacto tanto sobre os consumidores como sobre as empresas. Os produtos falsificados põem em perigo a confiança mas também a saúde e até a segurança dos consumidores, particularmente quando estamos a falar de produtos farmacêuticos e/ou dispositivos médicos, por exemplo, mas não só.
Um dos fatores impulsionadores do crescimento da contrafação é o avanço da tecnologia, que permite aos falsificadores produzir cópias de alta qualidade, tornando muitas vezes difícil ao consumidor diferenciar os produtos autênticos dos falsificados. Segundo a mesma fonte, também o comércio eletrónico tem contribuído para o crescimento deste mercado. As compras online facilitaram a forma como fazemos negócios e abriram exponencialmente o número de canais para a circulação de falsificações. Cenário semelhante tem-se desenvolvido com a pandemia e as sucessivas disrupções nas cadeias de abastecimento globais, que têm vindo a abrir caminhos e espaço para a contrafação.