Apesar de mais um ano decorrido sob o efeito da pandemia, o imobiliário volta a mostrar-se resistente aos choques desta crise. A JLL antecipa os resultados do mercado para 2021, estimando que este ano o setor ultrapasse os €33.000 milhões, dos quais €1.900 milhões alocados ao imobiliário comercial, onde se inclui o segmento industrial & logística.
Ainda assim, “o investimento em imobiliário comercial deverá ficar entre os €1.850 milhões e os €1.900 milhões, um volume
robusto, mas que ficará cerca de 30% abaixo de 2020 (2.800 milhões). Neste segmento, a perda de dinâmica ocorre, por um lado, devido aos atrasos na conclusão de operações de grande dimensão devido ao contexto de restrições que vigoraram ao longo do ano, e por outro lado, devido à escassez de produto para investimento em certos segmentos do mercado”, explica a empresa em comunicado.
Quanto a 2022, na perspetiva de Joana Fonseca, Head of Strategic Consultancy & Research da JLL, uma das principais tendências no mercado imobiliário para o próximo ano será a crescente importância da sustentabilidade. “O setor imobiliário e o da construção são responsáveis por cerca de 40% das emissões de carbono e se, antes mesmo da pandemia, o setor já se movimentava para reduzir a sua pegada ambiental, com a crise pandémica esta questão passou a ser um fator decisivo para as empresas. A sustentabilidade está na ordem do dia. Querem-se projetos energeticamente mais eficientes e construções
de melhor qualidade – e em alguns casos estes requisitos já não são apenas uma necessidade, mas uma condição para o negócio, estando comprovado que os investidores que integram os desafios sociais e ambientais nos seus modelos de negócio (ESG) têm também mais possibilidades de sustentar a sua atividade no longo prazo”.
Em termos de segmentos, a responsável destaca as alterações a surgirem nos escritórios e na logística “como movimentos a que o setor imobiliário deve estar atento e adaptar-se. Os espaços de trabalho estão a ser reorganizados devido à pandemia. É verdade que o teletrabalho veio para ficar, mas as empresas já perceberam que o espaço físico é crucial para a comunicação e a produtividade, assumindo-se também como uma ferramenta para atrair e reter talento. Há uma maior aposta em áreas sociais, de lazer e colaborativas no sentido de transformar o espaço de trabalho num local mais apetecível do que o conforto do home office. Em termos de logística torna-se importante referir o número crescente de operações e interesse
num setor cuja oferta é relativamente reduzida e que tem vindo a crescer através de projetos built to suit para dar resposta à crescente procura por ocupantes finais.”