A ICM Trans, que opera no segmento de mercadorias perigosas (ADR) e carga geral, tem desde 2012 uma plataforma logística em Lisboa com 4.200 metros quadrados que surgiu para fazer face às necessidades de um cliente na área dos fitofarmacêuticos e bioacidas. Há cerca de dois meses, investiram num contentor para armazenar produtos fitofarmacêuticos a temperatura regulada e, segundo Alexandra Marques, sócia-gerente da empresa, aquela plataforma logística é a “única em Portugal que pode armazenar o nível máximo de perigosidade”.

O quadro legal em vigor no âmbito da prevenção de acidentes graves, aponta a existência de dois níveis de enquadramento em função da quantidade e tipologia de substâncias perigosas passíveis de se encontrarem presentes no mesmo espaço. De acordo com a responsável, a infra-estrutura logística da ICM Trans, em Lisboa, enquadra-se no nível superior, estando assim abrangida pelo nível mais elevado no que diz respeito a exigências legais e cumprimento de medidas para a prevenção de acidentes graves envolvendo substâncias perigosas, e para a limitação das suas consequências para a saúde humana e o ambiente. “Há em Portugal mais armazéns com esta tipologia, o que nos distingue é sermos um operador logístico e não um distribuidor, e ainda tendo em conta o tipo de produto que armazenamos (Fitofarmacêuticos/Biocidas)”, explica a responsável.

O espaço está dotado de sistemas e equipamentos de segurança destinados a prevenir a ocorrência de qualquer incidente proveniente da movimentação das substâncias perigosas, como refere a sócia-gerente. Algumas das condições de segurança consistem na separação do armazém em duas zonas independentes (compartimentos corta-fogo) para o armazenamento independente dos produtos farmacêuticos e dos bioacidas, de modo a permitir, em caso de incêndio, a redução da área abrangida e, consequentemente, a quantidade de produto susceptível de arder, bem como os fumos tóxicos produzidos; o pavimento do armazém tem propriedades de impermeabilidade e fácil limpeza, é revestido com resina epóxi funcionando como bacia de retenção de eventuais derrames dos produtos; tem uma bacia de retenção com uma capacidade total de 675 metros cúbicos na zona de cargas e descargas, entre muitas outras.

Relativamente à distribuição da mercadoria perigosa, os colaboradores são devidamente credenciados com a carta ADR e têm ainda formações anuais sobre actualizações, e todos são portadores de equipamento de segurança. Os veículos estão equipados com um kit ADR que contém máscara de protecção anti-gás, lanterna, luvas, óculos, fato impermeável, entre outros, e um kit Anti-Derrame com absorvente, vassoura, pá plástica, luvas e saco de recolha. Para além destas medidas, existem outras que são comuns à carga geral, como travessas metálicas e de madeira, extintores, cantoneiras para não danificar as cargas, entre outras.

Quanto a desafios, Alexandra Marques refere que ponderam “continuar a investir no que nos distingue e na área que nos especializámos, com um novo investimento já em 2022”, pois ficou claro para a empresa no início deste ano, quando necessitaram de um parceiro de negócio, que “Portugal não está preparado para a logística e distribuição deste tipo de produtos com temperatura controlada”.

A operar há 25 anos, a ICMTrans, além da base de logística em Lisboa, tem instalações no Porto, uma frota de 25 camiões e uma equipa de 36 colaboradores.