O ® em título é minha provocação – “como sempre”, dizem os meus queridos (arqui-)inimigos. Lembro-me de ter passado esta palavra a “terreiro” há mais de dois anos, num evento em que participei. Se foi inventada por mim? Hum… não sei, presumo que não. De certeza que não, pois não tenho o mínimo jeito para inventar nada.

O que temos? De um lado, as organizações que (já) são automáticas (serão?) e pretendem, agora, “compilar” alguns processos a/em autónomos; em oposto, quem inicia a “casa pelo telhado” (what´s new?).

Mais do que parecer é preciso ser, meus caros (…atenção: o “caros”, aqui, também as inclui, senhoras leitoras, profissionais e futuras “donas” da Supply Chain).

Processos automáticos e/ou autónomos (autonomáticos) – preciso mesmo? Se é para ser show off é um investimento perdido quando deveria ser (sempre) reprodutivo – não só financeiramente como potenciado os 2 principais assets internos – pessoas e tempo.

Há muito que existem (por exemplo) implementações de sucessos de RFID – eu vi a primeira, in loco, acerca de 20 anos. Os procedimentos – como sabem e comigo concordam – têm que existir; estar escritos; consolidados e sedimentados na organização e serem prática diária… já são?

Como sempre, tenho as minhas dúvidas (considero-me um cartesiano puro pois, para mim, tudo é “método”). Se o machine learning (ML) está aí e pode tomar decisões autónomas já hoje quanto à “identificação, escolha e contratação” do player de transporte que mais se adequa à carga (expedição a efetuar p.e.) isso, por outro lado, vai obrigar a que mais uma vez tenhamos, (quase) todos, que rever os TPC´s em atraso…

Bottom line,

Sigam as frases do Sr. Toyoda (não, não é engano…) não porque devemos prestar vassalagem a quem pensa (… já agora, tem essa tarefa prevista para o seu dia?) mas porque as fundações de todos os sucessos estão no desperdício (zero) e no valor… não no valor intrínseco ao produto ou ao serviço (que para quem vende é sempre o melhor…) mas a “entrega” ao cliente do que efetivamente ele pediu, quer e…. valoriza(!) – tudo o resto (infelizmente e muitas vezes, “a mais”) é supérfluo; como disse… desperdício que só soma à coluna de… custos.

Miguel, novidades? Bem… não gosto (nunca) de ser o arauto da desgraça, mas os responsáveis do planeamento (sobretudo em contexto industrial) têm a sua função em (completo) risco – sugiro pois… revejam o vosso CV pois a M/L as aplicações web de ML, a melhoria dos softwares de explosão de necessidades (do BOM ao MRP); a integração com as “polls” de terceiros, associadas ao inbound/outbound e, sobretudo, à gestão documental autonomática associada às etapas no âmbito do sourcing estratégico vão (podem!) gerar eficiências brutais, tornando os grandes maiores e os pequenos… bem, eu só dou uma má notícia por artigo…

Este sou eu, Miguel Silva. Obrigado a si, sim a si, por estar aí desse lado.

Miguel Silva, Consultor e Formador Sénior em Logística, Procurement e Gestão de Stocks