O actor e ex-jogador de poker, Caspar Berry, esteve presente no Big Ideas Summit, promovido pela Procurious, em Londres, e explicou o seu ponto de vista enquanto especialista em tomada de decisões e gestão de risco relativamente à comparação entre o poker e o procurement, pelo que afirma que, tendo em conta a sua experiência enquanto jogador, ambas as situações são arriscadas, e por vezes não sabemos o quanto estamos realmente a arriscar.
Para Berry, o poker é uma boa metáfora para o risco que tomamos ao apostar no procurement. Explica que todos temos de tomar decisões, e que o facto de termos de arriscar é decisivo para a aposta ou não na área, e que esse risco por vezes é muito grande, tal como no poker. “Muitas vezes, quando estamos a tomar decisões, estamo-nos a manter seguros, não estamos a fazer coisas que poderiam falhar. O que o poker nos ensina é que nós temos de fazer coisas que podem falhar. Por vezes o que acontece é que quanto mais falhamos e quanto maior for o risco que corremos, maiores serão, mais tarde, os lucros a longo prazo.”
O ex-jogador explica ainda que o facto de termos de apostar num mundo de incertezas aumenta a dificuldade e a insegurança das pessoas, “O problema é fazermos tudo num mundo de incertezas, onde não sabemos o que resultará dessas decisões”, mas também considera, ao mesmo tempo, que arriscar é fundamental, e que os resultados serão bem melhores caso tomemos esse risco, pois só o facto de nos lançarmos à aventura poderá fazer toda a diferença, visto que lá a competição é menor. ”Os retornos que recebemos quando somos bem-sucedidos são maiores, porque a competição torna-se menor, já que toda a gente tem medo de arriscar”, defende.
Caspar Berry dá um exemplo concreto de como um investimento que tenha poucas probabilidades de ser bem-sucedido pode ser mais vantajoso. Imaginando que o pote é de 4.000 dólares e o custo de ir a jogo é 400 e com aquela mão se tem 25% chances de vencer, só o facto de vencer uma vez compensa o custo de perder três vezes. Pelas probabilidades, uma em cada quatro idas a jogo seria uma vitória. Indo a jogo as quatro vezes com a mesma mão custaria 1.600 dólares, sendo que numa delas, pela regra das probabilidades, iríamos ganhar um valor que nos iria permitir ir a jogo 10 vezes, e iria compensar tanto o investido anteriormente, como o que iríamos investir com o lucro.
“A última carta a sair é a que vai mudar tudo, e temos de aceitar isso”, remata.