No centro da edição de dezembro da Supply Chain Magazine (#69) está o Dossier “Sustentabilidade em ação – Quando a supply chain deixa de prometer e começa a entregar”, que assume claramente o papel de eixo estruturante desta edição. Mais do que intenções ou compromissos, este dossier olha para a sustentabilidade onde ela realmente acontece: na supply chain. Entre o ajustamento do relógio regulatório europeu e a pressão crescente sobre operações, custos e emissões, analisamos como algumas empresas estão a transformar metas ambientais em decisões concretas, mensuráveis e operacionalizáveis.
O enquadramento começa pelas regras europeias, com a análise ao adiamento dos prazos da CSRD e da CSDDD. Um “abrandar” que não significa parar, mas que exige maior maturidade na preparação de dados, processos e governance. A partir daí, o dossier mergulha em exemplos práticos de execução: a Bel Portugal coloca a supply chain no centro da sua estratégia de sustentabilidade, com projetos concretos de descarbonização, circularidade e transporte sustentável; a Volkswagen Autoeuropa afirma-se como referência no programa Zero Impact Factory do Grupo Volkswagen, com resultados claros na logística, nas embalagens e na eficiência energética; e a Continental Tires mostra como a inovação industrial e a descarbonização das fábricas estão a redefinir a indústria dos pneus.
No cruzamento entre eficiência logística e economia circular, a parceria Nespresso x Luís Simões ilustra como a sustentabilidade também se constrói na operação diária, na última milha e na logística inversa, conciliando exigência operacional com responsabilidade ambiental.
Abordámos também o Sistema de Depósito e Reembolso (SDR), que introduz um novo fluxo inverso à escala nacional, liga consumidores, retalho, operadores logísticos e indústria da reciclagem e transforma a embalagem num ativo rastreável dentro da cadeia de abastecimento. Em entrevista, Miguel Mira, Diretor de Operações e Logística da SDR Portugal, abre os bastidores de um sistema que ambiciona recolher 90% das embalagens até 2029 e explica porque é que a economia circular só é possível quando a logística deixa de ser suporte e passa a ser estrutura.
A edição destaca ainda a intralogística em plena fase de maturidade, com a reportagem ao Automation Summit 2025, onde a Linde Material Handling mostrou como a automação, a inteligência artificial e os gémeos digitais deixaram de ser promessa para se tornarem parte integrante das operações reais. Uma intralogística menos experimental, mais integrada e orientada para resultados concretos, em que tecnologia, software e pessoas coexistem no terreno.
Na área de procurement, a revista traz uma abordagem prática para tempos incertos, com uma checklist que ajuda as empresas a estruturar decisões, gerir risco e proteger valor num contexto marcado por disrupções recorrentes, inflação e instabilidade geopolítica.
O sistema portuário tem também um lugar de destaque nesta edição, sob duas perspetivas complementares. Por um lado, a reportagem sobre a Conferência Nexus x D2XCEL, realizada em Sines, mostra como o porto se afirma como um verdadeiro laboratório de inovação portuária, onde tecnologia, dados e colaboração são colocados ao serviço da competitividade, da transição energética e da integração. Por outro, um artigo de enquadramento jurídico aprofunda o tema das concessões portuárias de longo prazo, analisando os riscos, os equilíbrios necessários e os desafios legais associados a decisões que moldam o futuro do setor durante décadas.
No plano empresarial, a entrevista a Nuno Fonseca, responsável da MOVIT (ex-Portir), retrata um percurso de transformação, crescimento e reposicionamento estratégico. Da Portir à MOVIT, a conversa centra-se na evolução da empresa, na aposta em pessoas, tecnologia e especialização, e numa visão clara de crescimento sustentado e de escala ibérica, num setor cada vez mais exigente e competitivo.
A edição cruza ainda temas como tecnologia, dados e carreiras, com destaque para o papel emergente do Chief Data Officer na arquitetura da supply chain digital, sem perder de vista o fator humano: as equipas e as pessoas que, no terreno, transformam estratégia em execução, todos os dias.
A Supply Chain Magazine #69 não fecha o ano com balanços fáceis. Fecha-o com exemplos concretos, decisões reais e a confirmação de que sustentabilidade, tecnologia e resiliência já não se discutem no plano do discurso, mas no da operação.
Tudo isto, a par das habituais secções, já disponível na versão digital da sua revista de supply chain.



