A Comissão Europeia recuou no objetivo de proibir o fabrico com motor a combustão a partir de 2035, uma decisão que foi bem acolhida pela indústria portuguesa de componentes automóveis, dado que, se avançasse, a medida prejudicaria as empresas nacionais, responsáveis por cerca de 15% das exportações de bens transacionáveis.
O Pacote Automóvel apresentado esta terça-feira pela Comissão Europeia permite que uma fatia de carros com motor a combustão saia das fábricas europeias para lá de 2035. Ao mesmo tempo, foram aprovados 1,8 mil milhões para fomentar a indústria das baterias e criar incentivos aos veículos elétricos.
Em declarações ao jornal online ECO, o presidente da AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel afirmou que a questão de só produzir automóveis elétricos “é uma autopunição da indústria e da Europa”, colocando “problemas sérios” à indústria e à economia europeia.
Para José Couto, o fim da produção de carros a combustão marcava um “revés forte, porque os problemas no setor automóvel iriam baixar o volume de exportações de componentes”. Para compensar a quebra, teriam de ser feitos “investimentos fortíssimos”.
Na sua ótica, a decisão de Bruxelas deve-se, antes de mais, ao baixo consumo, uma vez que os elétricos apresentam uma quota de mercado de 16%, “abaixo das expectativas”. Por outro lado, a indústria automóvel europeia não consegue produzir veículos com estas características a preços “competitivos como os concorrentes chineses”.



