Um novo estudo – levado a cabo por Marianne Jahre, professora de Gestão de Operações, e dean of research da Kühne Logistics University, – sobre a integração de critérios ambientais no procurement na área farmacêutica desafia a ideia de que estes requisitos aumentam os custos, bem como o risco de rutuas no fornecimento de medicamentos.

A investigação analisa um processo real de procurement dirigido pelo Norwegian Hospital Procurement Trust para antibióticos genéricos, um dos primeiros concursos neste domínio a incluir sistematicamente critérios ambientais.

Em vez de atribuir os contratos com base no preço mais baixo, os fornecedores foram distinguidos quando cumpriam requisitos ambientais definidos, de forma mais rigorosa. De acordo com o estudo, embora esta abordagem tenha implicado um aumento da despesa a curto prazo devido ao pagamento de preços mais elevados, também contribuiu ara relações mais estáveis com os fornecedores e ajudou a salvaguardar a continuidade do abastecimento.

Além disso, também se verificou um aumento significativo da transparência, uma vez que os potenciais riscos dos fornecedores foram identificados numa fase inicial.

Os especialistas sugerem que práticas de produção mais sustentáveis – por exemplo, através de requisitos mais exigentes no controlo de águas residuais ou emissões – podem ajudar a travar, a longo prazo, a propagação de agentes patogénicos resistentes a antibióticos.

No caso analisado, não se registaram indicações de que a inclusão de critérios ambientais tenha afetado negativamente a disponibilidade, nem sequer no caso de antibióticos específicos num mercado mais pequeno.

“Os nossos resultados mostram que o procurement sustentável não tem de ser feito à custa da disponibilidade. Quando aplicado corretamente, pode ajudar a reduzir riscos e a tornar as cadeias de abastecimento mais resilientes”, afirma Marianne Jahre.